Cerca de 150 manifestantes foram dar sua força para a estatal continuar no município
O movimento A Água é do Povo teve na tarde de ontem (17) a sua primeira manifestação contra a municipalização do serviço de água e esgoto em Cachoeira do Sul e já começou com sorte. Casando o ato público com o dia de paralisação do magistério estadual, o abraço simbólico ao prédio da Corsan na cidade, na Rua 7 de Setembro, recebeu um bom número de manifestantes, cerca de 150, segundo a Brigada Militar. A caminhada partiu da Praça Honorato, onde professores, estudantes, parentes de funcionários da Corsan e líderes políticos, acompanhados de um carro-som, se reuniram para o protesto.
O magistério deixou claro, ao menos para os que participaram do manifesto, que não apóia a idéia de entregar o serviço para a Prefeitura - que briga na Justiça para provar que o contrato de concessão da estatal é ilegal. O entendimento dos manifestantes é de que o Município já provou que não tem condições de prestar serviços de qualidade. O discurso está afinado, diz Maurício Leite, militante do PCdoB e um dos coordenadores do A Água é do Povo. David Félix dos Santos, presidente da Associação Municipal dos Estudantes, aproveitou a presença de jovens no evento para bater na qualidade da água no Piquiri.
Abraço
Identificados com as camisetas do movimento e do Sindiágua - sindicato dos funcionários da Corsan -, pelo menos 20 cidadãos abraçaram a Corsan, junto com professores e estudantes, e protestaram contra a entrega do serviço de saneamento para empresas privadas. Maurício Leite diz não ter garantias de que o prefeito Marlon irá realmente investir o dinheiro que arrecadar e reitera que “a água é de todos e não pode ser entregue para empresas de fora”. A maior parte da meninada que acompanhou o manifesto estava pela primeira vez entrando no assunto, mas David Santos garante que o movimento vai aumentar. Já aderiram ao movimento o 4º Núcleo do Cpers, a União de Negros pela Igualdade (Unegro), a Associação Municipal dos Estudantes, a União Brasileira de Mulheres, Sindiágua e pastorais do meio ambiente e da juventude.
(Por Vinícius Severo, Jornal do Povo, 18/04/2008)