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petrobras reservas de petróleo
2008-04-18

Petrobrás espera divulgar potencial da área conhecida como Carioca ou Pão de Açúcar após perfurações e análises

Somente em dois ou três meses a Petrobrás espera divulgar dados sobre o potencial das reservas da área conhecida como Carioca/Pão de Açúcar, na Bacia de Santos. No início da semana, o presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, revelou que dados preliminares indicam uma jazida de 33 bilhões de barris de petróleo nesses blocos, situados em águas ultraprofundas, próximo à área de Tupi, outra grande descoberta da Petrobrás, com reservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.

“Estamos com um processo de perfuração em andamento. Não temos dados suficientes para fazer nenhuma afirmação sobre volumes. O campo Carioca, a sudoeste do campo de Tupi, é uma área de potencial exploratório muito grande, mas não podemos afirmar nada sobre volumes. Vamos terminar primeiro a perfuração e fazer análise. Acredito que em dois, três meses vamos ter resultado”, disse ontem o presidentes da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.

Em entrevista coletiva na sede da estatal, o executivo e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, evitaram fazer comentários a respeito das declarações de Lima e de suas conseqüências. No segunda-feira, dia em que o presidente da ANP falou sobre as reservas, as ações da Petrobrás dispararam.

“Todos esperamos que o Brasil produza um volume elevado de petróleo. Mas é preciso prudência. O presidente da Petrobrás e o diretor financeiro respondem criminalmente, podendo até ser presos, se transmitirem informações que não sejam comprovadas. Não trabalhamos com indícios, trabalhamos com fatos”, afirmou o ministro Lobão.

Apesar de destacar que o governo não pretende “modificar as regras do jogo com o jogo em andamento”, o ministro defendeu mudanças na legislação do setor. “Ainda que não houvesse descobertas, creio que deveríamos mudar a lei”, declarou.

O presidente da Petrobrás também é favorável à mudança na legislação. No mês seguinte ao anúncio de Tupi - que provocou a retirada de 41 blocos do 9ª Rodada de Licitações da ANP, todos na faixa de pré-sal -, Gabrielli defendeu a mudança sob a alegação de que “existe uma nova realidade no Brasil”.

Ontem, Gabrielli voltou a destacar que as expectativas são grandes na exploração nessas províncias petrolíferas, todas situadas em profundidades em torno de 7 mil metros - 2 mil da lâmina d’água ao solo e outros 5 mil em perfurações no subsolo, atravessando a camada sólida de sal. Mas preferiu adotar um tom cauteloso.

A área de Carioca/Pão de Açúcar é formada por quatro blocos de exploração de petróleo contíguos. As concessões foram obtidas em 2000 e 2001, em leilões da ANP, e têm as mesmas características geológicas de Tupi. O grande volume avaliado para Tupi motivou a retirada dos outros blocos com as mesmas características.

Gabrielli informou que devem ser concluídas até o final do semestre as mudanças que estão sendo preparadas na gestão da Petrobrás.

Ele não entrou em detalhes sobre quais seriam as possíveis modificações. Segundo Gabrielli, elas serão incluídas no Plano de Investimentos da companhia que está sendo revisado para o período 2008-2012.

(Irany Tereza, O Estado de São Paulo, 18/04/2008)


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