O governador de São Paulo, José Serra, alertou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre os riscos na rede de transmissão de abastecimento de energia no sistema elétrico de São Paulo, que já apresentou problemas recentes, com a interrupção no fornecimento, e afetou mais de três milhões de pessoas na capital. Em ofício encaminhado ao ministro, Serra defendeu maior agilidade nas obras para garantir o abastecimento de energia no Estado e disse que a situação é preocupante, pois o consumo em São Paulo cresce 4% ao ano, porcentual superior à capacidade atual da rede.
Em entrevista concedida à imprensa na tarde de hoje, Serra voltou a falar sobre o tema e disse que já recebeu um sinal positivo do ministro neste sentido. "Ele (Lobão) me telefonou ontem para dizer que o ofício era pertinente", emendou. O sinal positivo do governo federal, de acordo com Serra, é a reunião que o ministro marcou para a próxima terça-feira, em Brasília, com a secretária estadual de Energia, Dilma Pena, e autoridades do setor.
Questionado a respeito dos riscos de apagão, o governador paulista destacou: "Eu não diria que existe risco iminente de apagão, mas as coisas não estão satisfatórias, isso está claríssimo." Na sua avaliação, a situação preocupa e o ofício foi enviado ao ministro Lobão porque a autoridade federal é quem tem o poder de orientar, intervir e determinar ações com relação ao serviço de distribuição de energia elétrica. "Está tendo muita paralisação (dos serviços de energia em São Paulo) e isso é intolerável para nós, por isso a autoridade federal vai atuar, se Deus quiser, para corrigir esse processo", reiterou.
No ofício, encaminhado na sexta-feira da semana passada ao ministro de Minas e Energia, o governador José Serra alerta: "Preocupa-nos que esta situação possa não ser única e que outros pontos de suprimento do Estado de São Paulo, em especial a Região Metropolitana de São Paulo, possam estar com confiabilidade crítica para os padrões requeridos para uma metrópole." Em outro trecho do documento, ele diz que as obras prioritárias para o setor necessitam entrar em operação o mais breve possível, porque o atraso impacta de forma significativa o desempenho elétrico do Estado.
(Elizabeth Lopes, Agência Estado, 17/04/2008)