Apesar de o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) ainda não ter dado a ordem formal para o desligamento das térmicas, o ONS (Operador Nacional do Sistema) já começa a reduzir o funcionamento dessas usinas, principalmente das movidas à óleo e diesel --mais caras e mais poluentes. Até o dia 3 de abril, o ONS despachava entre 33 e 35 termelétricas por dia. Desde o dia 4, porém, o número caiu e varia de 20 a 25 usinas diariamente.
De acordo com informativo do ONS desta quarta-feira, 25 usinas geraram energia. Na comparação com o dia 31 de março, por exemplo, 11 usinas foram desligadas, das quais quatro a óleo e cinco a diesel. Apenas três usinas a óleo e uma a diesel foram mantidas em funcionamento.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o desligamento dessas usinas ainda não é definitivo e a decisão permanente será tomada na próxima reunião do CMSE, marcada para daqui a duas semanas. A assessoria do ministério explicou que a ONS tem autonomia para administrar o sistema e desligar térmicas de acordo com as chuvas, em caso de risco de a água ultrapassar a capacidade dos reservatórios das hidrelétricas.
Desde o fim do ano passado, o governo determinou o acionamento de termelétrica por causa da falta de chuva. Com a entrada das térmicas em funcionamento, os reservatórios das usinas hidrelétricas são poupadas para o período seco.
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) confirmou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que a próxima reunião do CMSE deverá decidir pelo desligamento de todas as usinas termelétricas movidas a óleo combustível ou diesel. Acrescentou que poucas térmicas movidas a gás serão mantidas ligadas, em função do nível mais confortável dos reservatórios.
"Não há mais necessidade de essas térmicas ficarem ligadas, mas algumas funcionarão, só por zelo", explicou.
(Lorenna Rodrigues, Folha Online, 17/04/2008)