A Vale informou que integrantes do MST (Movimento dos Sem Terra) invadiram hoje a sede administrativa da mineradora, localizada em Belém (PA). A ocupação acontece no aniversário de 12 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, que resultou na morte de 19 sem-terra.
Hoje, integrantes do MST realizam ações no Distrito Federal e em mais 13 Estados: Santa Catarina, São Paulo, Roraima, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe, Paraná, Paraíba, Pará, Rio de Janeiro, Piauí. As ações fazem parte do chamado "abril vermelho".
Entre as ações do MST realizadas hoje estão a invasão de sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e de agências do Banco do Brasil. Foram invadidas as sedes do Incra localizadas em Imperatriz (MA), Chapecó (SC), Petrolina (PE), e uma regional de Brasília (DF). Já as agências do BB ocupadas são de Sorocaba e Andradina --ambas no interior de São Paulo.
Em Teresina (PI), os manifestantes ocuparam uma agência da Caixa Econômica Federal e, em seguida, protestaram em frente à sede no Incra na capital. Outra manifestação foi realizada no Incra do Rio de Janeiro.
De manhã, integrantes do MTM (Movimento dos Trabalhadores em Mineração) ocuparam a EFC (Estrada de Ferro Carajás), que pertence a Vale. A mineradora informou que a invasão havia sido promovida pelo MST, que negou a autoria da ação.
O MST assume a autoria da ocupação da sede da Vale em Belém. O MST informa que o protesto foi feito em solidariedade ao MTM e contra a "criminação dos movimentos sociais promovida pela Vale".
A ocupação do prédio da Vale durou 15 minutos e já foi encerrada. A ocupação da EFC também já acabou.
No Rio, ministro Edison Lobão (Minas e Energia) não descartou utilizar o Exército para prevenir um possível acirramento der ânimos nas áreas que vem sendo invadidas pelo MST.
Lobão disse que o Exército encontra-se nas proximidades da hidrelétrica de Xingó (SE) e garantiu que a invasão da ferrovia de Carajás, da Vale, foi equacionada.
O ministro admitiu o uso do Exército para que se evite "atitudes impensadas" e citou o cerco à hidrelétrica de Xingó como exemplo.
"Evidente que o patrimônio do povo brasileiro precisa ser preservado. O governo não deseja um acidente neste percurso e está agindo com prudência que lhe cumpre e a firmeza como deve fazer", observou.
(Folha Online, 17/04/2008)