Em sessão especial de homenagem ao Dia do Exército aberta pelo presidente Garibaldi Alves, os senadores Romeu Tuma (PTB-SP), Aloizio Mercadante (PT-SP),Magno Malta (PR-ES) e Paulo Duque (PMDB- RJ) destacaram o papel do Exército brasileiro na defesa da Amazônia.
Tuma ressaltou que o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, fez uma brilhante exposição sobre os problemas da região. Autor do requerimento da sessão especial, o senador destacou a necessidade de valorização profissional das Forças Armadas e da modernização dos equipamentos de defesa. O Exército brasileiro, lembrou Tuma, tem como objetivo a defesa do país, e para isso são necessários mais recursos do Orçamento da União.
Aloizio Mercadante, por sua vez, afirmou que cada palmo da fronteira da Amazônia vem sendo disputado do ponto de vista da identidade nacional, da presença do Estado brasileiro, do Exército brasileiro e de um projeto de Nação. Para executar esse projeto, o Brasil terá que enfrentar pressões que serão cada vez mais crescentes, alertou.
- A Amazônia precisa dos vinte e cinco mil militares que estão lá. O meu pai comandou o lado ocidental da Amazônia e sei o que é cada posto de fronteira - disse Mercadante.
O senador petista afirmou que os 220 mil índios que estão na Amazônia devem ter reconhecidos seus direitos históricos - e pela Constituição, observou, eles têm o direito à sua identidade cultural -, e devem ter essa opção como cidadãos, mas esse projeto não pode ser incompatível com o interesse de 24 milhões de brasileiros que vivem naquela região.
- Esses vinte e quatro milhões de brasileiros saíram do Nordeste, por falta de opção da seca e da agricultura, e foram desbravar a Amazônia para alimentar a sua renda e impulsionar este país. Temos que pensar que a política para os habitantes dessa região tem que ser compatível com um projeto sustentável do desenvolvimento.
Esse projeto, segundo ele, deve garantir tanto a produção agrícola e pecuária em cerca de 40 milhões de hectares férteis da Amazônia (apenas 8% da região), quanto os produtos minerais. Na opinião de Mercadante, tanto a agricultura quanto a pecuária e a extração mineral e vegetal podem ser feitas de forma sustentável.
Já o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) disse que o Congresso Nacional,o Exército e as Forças Armadas em geral são as instituições que conhecem os problemas brasileiros.
- Os militares percorrem o Brasil inteiro, um sacrifício terrível, porque eles não têm a certeza de quanto tempo vão servir nesse ou naquele Estado, nessa ou naquela guarnição - declarou Paulo Duque.
O senador Magno Malta (PR-ES) disse: "A Amazônia é nossa, e nós precisamos cuidar da Amazônia. E não se cuida da Amazônia desprezando o Exército". Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB - ES) destacou a postura "democrática e profissional" do Exército Brasileiro no seu respeito à Lei da Anistia.
Como representante da Câmara dos Deputados, participou da solenidade o presidente da instituição, deputado Arlindo Chinaglia, que falou especialmente do nascimento do Exército brasileiro em lutas contra os invasores estrangeiros, como na Batalha dos Guararapes em 19 de abril de 1648.
Participaram da sessão o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, o comandante da Aeronáutica e representante do ministro da Defesa, brigadeiro Juniti Saito; o secretário-geral da Marinha, almirante-de-esquadra Álvaro Luiz Pinto; o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro-do-ar Flávio de Oliveira Lencastre; os ministros do STM general Renaldo Quintas Magioli e general Francisco José da Silva Fernandes; o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, general Cândido Vargas Freire, entre outras autoridades e representantes do corpo diplomático.
(Por Geraldo Sobreira, Agência Senado, 17/04/2008)