Se o dia de ontem (17) foi de expectativa no acampamento dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Gabriel, a manhã de hoje deve ser de definições. O grupo de mais de 800 pessoas que ocupam, desde segunda-feira, a fazenda Southall, na RS-630, tem um prazo legal para deixar a propriedade até as 10h. Ontem, os sem-terra esperavam, desde as 19h, pela chegada do ouvidor-geral da Segurança Pública do Estado e ouvidor estadual agrário, Adão Paiani, e pelo ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva Filho, que conversariam com eles sobre o desfecho da invasão. O objetivo da reunião era que a saída do grupo fosse pacífica.
Integrantes do MST dizem que só há duas exigências para que a saída seja feita de forma ordeira: o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado no final do ano passado com os ministérios públicos Estadual e Federal e com o Incra, que determinava o assentamento de mil famílias até o final de abril, e a não-identificação dos sem-terra que ocuparam a Southall.
O comandante regional da Brigada Militar (BM) da Fronteira Oeste, coronel Lauro Binsfield, não quis comentar a possibilidade de atender à exigência. O número de policiais que acompanham a movimentação do MST e a possibilidade de pedir reforço não foram revelados.
- Só o que podemos dizer é que vamos cumprir a determinação da Justiça e fazer a desocupação a partir das 10h - garante Binsfield.
Até o fechamento desta edição, a reunião não havia acontecido e existia a possibilidade de transferência para hoje, às 7h30min. Ruralistas também esperam pelo encontro para definir ações. O Diário tentou entrar em contado com Adão Paiani, mas ele não atendeu o telefone.
(Por Carolina Carvalho, Diário de Santa Maria, 18/04/2008)