Com os programas Água Certa e Esgoto Certo, desenvolvidos pela prefeitura, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), 26 mil famílias da Capital já foram atendidas. Os programas objetivam a regularização de redes clandestinas, tanto de água como de esgoto, que causam desperdícios e ameaçam a saúde da população.
O prejuízo ao município decorrente das redes irregulares de água, os "gatos", totaliza R$ 12,6 milhões ao ano, valor suficiente para a construção de 63 quilômetros de redes coletoras de esgoto. Para evitar que isso ocorra, equipes do Água Certa percorrem os bairros a fim de corrigir as ligações clandestinas. O programa também realiza mutirões para a renegociação de faturas vencidas, oferecendo condições facilitadas para os moradores parcelarem as suas dívidas de água.
Sem mistura
O Água Certa, uma parceria com a Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local, realizou 54 mutirões entre 2005 e 2007, totalizando 40 regularizações e oito mil famílias atendidas. No ano passado, foram 2,8 mil recuperações de dívidas e 1,7 mil novos hidrômetros instalados. No mesmo período, o Dmae investiu cerca de R$ 35 milhões em obras de extensão, substituição de redes e melhorias no tratamento de água, qualificando os seus sistemas de distribuição. "Estamos tendo sucesso nos mutirões. Na Ilha da Pintada, por exemplo, a inadimplência nas contas de água caiu de 80% para 2%", diz o coordenador do Água Certa, Luiz Carlos Bichinho.
Os cuidados com o destino da água consumida nas residências é feito pelo programa Esgoto Certo. As ligações irregulares poluem o Lago Guaíba e causam doenças. O objetivo é evitar que a rede cloacal se misture à pluvial, que corre para o Guaíba. Sete mil imóveis são visitados, a cada ano, por três equipes que seguem um cronograma e atendem chamadas da população. Até o mês de março passado, o Esgoto Certo vistoriou cerca de 18 mil imóveis, corrigindo 246 ligações irregulares, o que representa mais de 100 mil metros cúbicos de esgoto cloacal retirado das redes pluviais.
Conseqüências
As redes irregulares penalizam, também, os usuários pagantes. Como resultado dos "gatos", a pressão dentro da canalização regular diminui, dificultando a chegada da água a terrenos elevados e nas extremidades da rede distribuidora. As ligações também podem contaminar a água e causar dano ambiental com o desperdício.
Sem hidrômetro para medir os gastos, poucas famílias se preocupam com a economia de água, chegando a consumir, diariamente, acima de 300 litros por habitante, enquanto o consumo ideal projetado pela Organização das Nações Unidas para suprir as necessidades humanas é em torno de 110 litros por habitante.
Somente com a separação dos esgotos, a população pode contar com recursos hídricos de melhor qualidade. "Esta ação é muito importante. Estamos fazendo a nossa parte, construindo estações de tratamento e bombeamento, mas a população tem que fazer a sua", diz o coordenador do Esgoto Certo, Alessandro Sippel.
Nas residências visitadas, as equipes colocam corante no vaso sanitário para que, na rua, possam identificar para onde vai a rede. Se a mistura dos esgotos estiver ocorrendo dentro da casa, a responsabilidade fica com o morador, que pode pagar uma multa de até R$ 3,5 mil reais.
O Esgoto Certo também trabalha com a extensão de redes, a fim de integrar áreas mais afastadas ao sistema regular. Além disso, as equipes coletam e analisam a água de arroios e monitoram sistematicamente as conexões, a fim de evitar entupimentos e mistura das redes. Os serviços do Água Certa e do Esgoto Certo podem ser solicitados pelo telefone 115 ou pelos e-mails aguacerta@dmae.prefpoa.com.br e esgotocerto@dmae.prefpoa.com.br.
(Prefeitura de Porto Alegre, 17/04/2008)