A Polícia Federal (PF) apreendeu corais usados para a ornamentação de aquários em cinco estabelecimentos especializados em aquariofilia em Curitiba, nesta quarta-feira (16). Outros quatro estabelecimentos foram vistoriados. Quatro pessoas foram conduzidas à delegacia da PF para prestar depoimento. Ninguém foi preso. A ação faz parte da Operação Nautilus deflagrada em onze estados e no Distrito federal. O objetivo é reprimir a extração, o comércio e exportação ilegais de fragmentos de recifes de corais brasileiros.
Também foi apreendido grande quantidade de material resultante da raspagem dos corais, que é usado para cobrir o fundo dos aquários. A polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Curitiba, dois no Centro, um no Umbará, um no Água verde e um no Rebouças. De acordo com a PF, os compradores saiam das lojas com notas fiscais de cascalho, mas levavam corais. O material apreendido não foi retirado das lojas, pois precisam permanecer na água e receber cuidados especiais. Em todo o país foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária, 64 mandados de busca e apreensão e 53 pessoas foram levadas para prestar esclarecimentos à policia.
A operação aconteceu em Pernambuco, Bahia, Paraíba, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além do Paraná. Foram efetuadas também buscas na Alemanha, Holanda e Dinamarca e instauradas ações investigativas no Canadá Estados Unidos, Reino Unido, França e Argentina. No decorrer das investigações de duas empresas e de uma exportadora em 2007, foram descobertas 16 toneladas de corais para consumo interno e 20 toneladas que seriam exportadas. Já em 2008, foram detectadas extrações ilegais de 90 toneladas de corais do litoral norte de Pernambuco, Bahia e Espírito Santo, que abasteceriam o mercado internacional. No mercado interno, os corais eram extraídos e enviados para 23 empresas localizadas em oito estados brasileiros.
A exploração de corais sem licença é proibida desde 1998 quando foi criada a Lei de Crimes Ambientais. No Paraná, sete pessoas responsáveis pelas lojas serão indiciadas. Eles irão responder por exploração de campos naturais de invertebrados aquáticos sem licença, transporte e comércio de espécimes de coleta, apanha ou pesca proibida, extração ilegal de recursos minerais, bem como por formação de quadrilha, contrabando, falsidade ideológica, receptação qualificada, e usurpação de patrimônio da União.
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Gazeta do Povo, 17/04/2008)