As discussões sobre meio ambiente têm ganhado cada vez mais força no cenário sócio-econômico atual. Declarações de vários líderes mundiais indicam plena consciência da necessidade de assegurar metas globais, a fim de evitar que o aquecimento global comprometa a qualidade de vida da humanidade em um futuro próximo. Prova dessa preocupação são iniciativas, como a do Japão, de apoiar os países em desenvolvimento a reduzir as emissões de carbono, responsáveis pelas mudanças climáticas. O país oferecerá, nos próximos cinco anos, US$ 10 bilhões para medidas de contenção das mudanças climáticas. Neste contexto, o Brasil é um dos países ‘cotados’ para os investimentos, fato que coloca Mato Grosso na rota dos potenciais Estados a receber tal aporte.
Por conta desse panorama, o Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), por meio do Conselho Temático de Meio Ambiente (Contema), em parceria com o governo do Estado, promoverá no dia 24, em Cuiabá, o 1º Seminário de Intercâmbio e Investimentos Mato Grosso / Japão em Projetos de MDL e Crédito de Carbono. O evento tem com o objetivo levar conhecimento e apresentar às empresas potenciais alternativas para o desenvolvimento de projetos que gerem crédito de carbono. As palestras abordarão as melhores práticas de comercialização, panorama do mercado dos projetos brasileiros de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), a recuperação de mata ciliar e crédito de carbono*, dentre outros temas.
Destinado aos empresários do setor industrial, do comércio, agronegócios, concessionárias de energia elétrica, órgãos governamentais, associações, e demais fornecedores de serviços e soluções para o segmento, o seminário faz parte das comemorações do bicentenário da imigração japonesa no Brasil.
Crédito de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. Créditos de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando um valor monetário à poluição. Acordos internacionais como o Protocolo de Quioto determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir.
Os países por sua vez criam leis que restrigem as emissões de GEE. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de ‘redução de emissão’ ou ‘permissão de emissão’ no mercado nacional ou internacional. Os países desenvolvidos podem promover a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa (GEE) em países em desenvolvimento através do mercado de carbono quando adquirem créditos de carbono provenientes destes países.
(Carbono Brasil, 16/04/2008)