Precipitações nas porções próximas da nascente devolveriam volume de água necessário para recuperar nível de oxigênio e evitar a morte de peixes
Somente uma chuva forte sobre a cabeceira do Rio Gravataí poderá amenizar nos próximos dias a agonia e a morte de milhares de peixes. Ontem (16), o nível de oxigênio chegou perto de zero em alguns pontos avaliados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Uma solução definitiva só viria com o tratamento do esgoto.
O que ocorreu nessa semana não é raridade, segundo os especialistas da Fepam. O esgoto chega ao Gravataí depois de uma chuva forte e se acumula no fundo o rio, onde é processado por bactérias. Nesse processo, o oxigênio da água é consumido, fazendo os peixes agonizarem.
Equipes da fundação percorreram trechos do rio na Região Metropolitana para coletar amostras e fazer medições do índice de oxigênio. O problema não tem relação com despejos químicos, mas com o esgoto cloacal.
- Naquele trecho, o Gravataí está morto há pelo menos 10 anos. Os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deverão aumentar a rede de esgoto que é tratado na região - afirma o superintendente de Tratamento da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Marinho Emilio Graff.
A construção de estações de tratamento não garante a solução. A própria Corsan reconhece que em alguns municípios - como em Canoas - as estações não são usadas porque os moradores não se ligaram às redes.
(Zero Hora, 17/04/2008)