A relação entre o crescimento do consumo de energia elétrica com a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro se aproxima dos países mais desenvolvidos, segundo o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim. Segundo ele, a tendência é que a elasticidade dessa relação caia ainda mais nos próximos anos.
De 2003 a 2007, a média de crescimento do consumo de energia foi de 4,8% ao ano. Já o PIB teve aumento de 4,5% por ano, o que indica elasticidade-renda de 1,07. Tolmasquim explicou que a média de países como Estados Unidos, Japão e Espanha aponta para elasticidade de 1, ou seja, se o PIB cresce 3%, o consumo de energia avança na mesma proporção.
"O Brasil, nesse ponto, está entrando no rol dos desenvolvidos. Para o país crescer, necessita de menos energia do que no passado", afirmou, ao apresentar o dados preliminares do PDE (Plano Nacional de Expansão de Energia) entre 2008 e 2017.
Mauricio Tolmasquim afirmou que a necessidade de menos energia é resultado da entrada do país em um ciclo de crescimento. Ao mesmo tempo, a expansão do consumo de energia ocorre em segmentos industriais que consomem menor intensidade de energia elétrica, como refino, produção de gás natural e de bens de capital.
"Os que consomem mais energia vêm crescendo menos, e os que consomem menos, vêm apresentando expansão mais significativa", observou.
(Cirilo Junior, Folha Online, 16/04/2008)