Ocorreram atos na pasta da Agricultura, no Ministério da Fazenda, ambos na Capital, e no trevo da Faxina, no interior do Estado
Impasses em conseqüência de reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à União e ao governo estadual resultaram ontem (16) na invasão, em Porto Alegre, dos prédios da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa) e do Ministério da Fazenda. Pela manhã, cerca de 1,1 mil trabalhadores sem-terra ficaram concentrados nos pátios e nas entradas das instituições. Entre as reivindicações estão adoção de uma política de reforma agrária pelo governo estadual; agilização dos licenciamentos ambientais da Fepam para estradas; contrapartida de R$ 120 mil por parte do RS para liberar os R$ 1,3 milhão do governo federal já disponíveis ao movimento; o assentamento de 2 mil famílias; e um crédito para a reforma agrária.
Na Seappa, o titular da secretaria, João Carlos Machado, disse que foi marcada uma reunião, no dia 23, para discutir a pauta de reivindicações entregue pelos sem-terra. 'Sentamos com o governo e houve a promessa de uma solução', disse Paulo Mioranza, da coordenação estadual do MST. Segundo ele, o impasse com o governo federal permanece sem solução. Os 350 colonos que se encontravam na Seappa foram ao Ministério da Fazenda para pernoitar no prédio federal.
Os sem-terra que estão na fazenda Southall, em São Gabriel, pretendem permanecer no local. O prazo de desocupação termina amanhã (18), às 10h. Ontem ainda, em lembrança ao massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido há 12 anos, o MST bloqueou o trevo da Faxina, entre as BRs 158 e BR 293.
(Correio do Povo, 17/04/2008)