Ao participar nesta quarta-feira da 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para América Latina e Caribe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender os biocombustíveis brasileiros da acusação de serem responsáveis pela falta e aumento do preço dos alimentos.
Segundo Lula, enquanto o biocombustível é apontado como culpado, poucos criticam o impacto negativo da alta do petróleo na produção de alimentos. “Meu espanto é maior quando constato que são poucos os que mencionam o impacto negativo do aumento dos preços do petróleo nos custos de produção e transporte dos alimentos, sobre os custos das produções de fertilizantes.”
“É sempre mais fácil escolher respostas simplistas, esconder interesses econômicos e agendas políticas por trás de supostas preocupações sociais e ambientais. Os biocombustíveis não são o vilão que ameaça a segurança alimentar das nações mais pobres”, afirmou Lula.
O presidente convocou os líderes da América Latina e Caribe a participar da Conferência Internacional de Biocombustíveis, que será realizada em novembro, em São Paulo. Para Lula, os países pobres não podem fugir desse debate.
Lula criticou também o desinteresse das nações ricas em acabar com a fome mundial e destacou o fato de o Brasil ter assumido o compromisso de aumentar sua produção agrícola. Ele ressaltou, porém, que é preciso adotar “políticas globais comprometidas com a superação do problema”. O presidente considerou lamentável o fato de os países desenvolvidos só reagirem com mais empenho em situações de emergência.
Durante o encontro, o presidente também informou que, em junho, irá a Roma para participar da Conferência da FAO sobre Segurança Alimentar Mundial.
(O Dia, 16/04/2008)