A política ambiental do Brasil foi um dos destaques da série de encontros entre parlamentares brasileiros e noruegueses, nesta quarta-feira (16/04). Em visita à Câmara dos Deputados, a comitiva norueguesa conversou com integrantes das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional sobre a experiência brasileira em biocombustíveis e sobre a estratégia nacional de proteção à floresta amazônica.
A Noruega tem dado sinais de que pretende ser o primeiro país a contribuir com o fundo de proteção e conservação da Amazônia lançado pelo governo brasileiro na 13ª Conferência do Clima, em dezembro passado, na Indonésia. O fundo ainda está sendo estruturado pelo governo, mas os noruegueses já recolhem informações sobre como o Brasil tem cuidado de suas florestas.
Monitoramento
Segundo o deputado Homero Pereira (PR-MT), uma das principais preocupações da comitiva foi saber como a Noruega poderia ter certeza de que o dinheiro eventualmente destinado a projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia seria bem aplicado. Pereira, que participou do encontro com os parlamentares estrangeiros, explicou que hoje a tecnologia é uma importante aliada no monitoramento das florestas.
Ele observou que o monitoramento de informações pode ser feito pela internet. "No Mato Grosso, um sistema de licenciamento ambiental da propriedade rural permite visualizar, pela internet, se aquela floresta está sendo preservada e, portanto, se pode receber algum tipo de benefício financeiro", comentou.
Na reunião conjunta das comissões da Amazônia e de Meio Ambiente, os parlamentares brasileiros mostraram aos colegas noruegueses os desafios de compatibilizar nas leis o incentivo à produção e o estímulo à preservação das florestas.
Também foi discutida a experiência brasileira em biocombustíveis. De acordo com Homero Pereira, os deputados sugeriram aos noruegueses que aprovem uma lei sobre a mistura de etanol na gasolina. A medida, segundo Pereira, contribuiria para a redução do lançamento de gases estufa, além de abrir mercado para o álcool produzido no Brasil.
(Por Ana Raquel Macedo, Agência Câmara, 16/04/2008)