Técnicos da Vigilância em Saúde de Porto Alegre esperam laudo de instituto de São Paulo para confirmar ou não caso de contaminação pelo Aedes aegypti contraído na própria cidade

Uma nova suspeita de caso de dengue contraído em Porto Alegre intensificou os trabalhos de prevenção ao mosquito Aedes aegypti.

Uma mulher, moradora do bairro Aberta dos Morros e que trabalha no Menino Deus, apresentou sintomas da doença. O Laboratório Central do Estado (Lacen) atestou como dengue, mas os técnicos do município esperam o laudo do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, para confirmar ou não o contágio. Este é o terceiro caso suspeito a ser apontado pelo Lacen. Os outros dois foram descartados pelo Adolfo Lutz - referência no país.

Asuspeita recai sobre uma mulher adulta. Ela teve os sintomas no dia 8 de abril e procurou a emergência de um hospital da Capital para se tratar. Apresentava febre, dores de cabeça e pelo corpo. A Vigilância em Saúde do município foi acionada no dia seguinte. A coordenadora da equipe de controle de doenças transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde, Maria de Fátima de Bem, explica que o setor de zoonoses agiu para fechar o cerco contra o mosquito transmissor.

- Os agentes encontraram focos no Menino Deus e nada no Aberta dos Morros. Desde o início da semana, estamos percorrendo casa por casa num raio de 100 a 300 metros, para orientar e descobrir novos casos. A dengue nunca vem sozinha. Até hoje (ontem), não encontramos mais ninguém com os sintomas - esclarece.

Os técnicos da equipe de zoonoses atuavam ontem no bairro Menino Deus com inseticidas. Essa região já tinha registro de infestação do mosquito. A mulher com suspeita de contaminação foi tratada, sem a necessidade de hospitalização, e já teria voltado ao trabalho.

- A dengue clássica é uma virose e suas conseqüências duram cerca de sete dias - explica Maria de Fátima.

A coordenadora ressalta que o setor está em situação de alerta para impedir uma possível epidemia.

- O mosquito existe, mas se ele não picar alguém com o vírus, não há como transmitir a doença. Esse é o cuidado que temos de ter agora - diz.

O risco de o exame gaúcho estar errado é de 2%. Por isso, a necessidade de uma contraprova feita pelo instituto paulista, que detém o exame mais aprofundado do país para detectar a moléstia.

De janeiro deste ano até sexta-feira passada, 15 casos de dengue foram confirmados, todos de pessoas infectadas em outros Estados.

No total, a Capital teve 141 registros suspeitos em 2008, sendo 88 negativos e 36 que ainda esperam comprovação.

No ano passado, a vigilância detectou 22 pessoas com a doença na Capital - todas contraíram fora da cidade.

A coordenadora destaca que a ação contra o mosquito não pode parar durante os períodos mais frios do ano.

- Apesar de o mosquito praticamente desaparecer, a larva continuará lá. Por isso, precisamos que todos estejam atentos e engajados para diminuir os riscos - aconselha.

(Zero Hora, 16/04/2008)