Nível de oxigênio abaixo do normal e poluição seriam as causas
Cardumes morrendo enquanto ainda buscam oxigênio na superfície do Rio Gravataí alertaram ontem as autoridades
O cenário agonizante no trecho em que o rio encontra o Guaíba levou técnicos ambientais a retirar amostras da água e de peixes para análise. Os resultados devem sair em uma semana.
Durante toda a tarde, técnicos da Secretaria Municipal de Preservação Ambiental (Sempa) de Canoas e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) recolheram as amostras e mediram no local o nível de oxigênio em pontos do trecho no limite com a Capital. A poluição por esgoto não tratado é a principal suspeita, agravada por causa da chuva.
A precipitação dilui os poluentes do rio, mas, também, aumenta o volume do Guaíba, criando uma barreira que o Gravataí não consegue transpor, por chegar com pouca velocidade. Ocorre um represamento, onde toda a poluição fica concentrada.
- É um fenômeno que foge da lógica de que a chuva alivia a poluição, como normalmente ocorre nos rios. Ao entrar no Gravataí, os peixes encontram um local pobre de oxigênio - explica o titular da Sempa, geólogo Marcos Aurélio Chedid.
Segundo o presidente da Associação de Pesquisas Técnicas Ambientais (APTA), Clóvis Braga, que permanentemente monitora o rio, uma alternativa imediata seria a colocação de aeradores, equipamentos colocados sobre a água para aumentar a quantidade de oxigênio. Entretanto, o custo é alto.
Ele explica que a grande quantidade de peixes encontrada morta e agonizando ontem é anormal, e deve-se à piracema - período de reprodução, que acontece de outubro a março.
- As espécies que já habitam o rio são mais resistentes e não estão agonizando - explica.
(Zero Hora, 16/04/2008)