A rediscussão do pacto federativo e de sua capacidade de melhorar a distribuição dos tributos arrecadados no Brasil é o tema que mais detém os 4.500 prefeitos que vieram à capital da República para participar da 11ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. No entanto, o tema que mais deteve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na abertura do evento foi o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Preocupado com o risco de negligência no combate à dengue  cogitado por disputas entre prefeitos e governadores sobre o ente federativo que mais deve investir nessa ação, o presidente Lula fez um discurso veemente sobre a relevância de todos se unirem no combate ao mosquito transmissor da doença.

Alertando que a dengue está na União, no estado e no município, o presidente da República observou que a endemia pode tornar-se mais grave do que o observado até agora. E recomendou que cada gestor municipal reúna subordinados e imprensa para intensas campanhas de informação da população antes mesmo que o mosquito apareça.

- O trabalho maior é matar o mosquito antes que ele mate a gente. Ou nós convencemos todo mundo a cuidar do seu quintal, da sua casa, da sua rua, ou será inútil. Esse é um mutirão de conscientização. Precisamos começar a cuidar já do verão do ano que vem. A responsabilidade é de todos nós - alertou.

O presidente Lula também chamou a atenção para o fato de que, no Brasil, circulam os subtipos 1, 2 e 3 da dengue, observando que o vírus 4, existente em outros países da América do Sul, ainda não chegou por aqui. Apesar de ressaltar que não estava transferindo a responsabilidade da União em relação ao combate à doença, ressalvou que é inútil um ente federativo lutar sozinho.

- Estou chamando todos os prefeitos à ação para que não tenhamos mais problemas no ano que vem. Todos nós, como cidadãos, temos um pouco de culpa nisso - avaliou.

(Por Teresa Cardoso, Agência Senado, 15/04/2008)