Além da mão-de-obra, 70% a ser contratada na Região Metropolitana, a Aracruz pretende dar preferência a fornecedores locais na construção e operação. Os negócios devem chegar a US$ 350 milhões, disse o diretor-presidente da indústria, Carlos Aguiar. Por solicitação do governo, a empresa se comprometeu a instalar um centro de desenvolvimento de tecnologia de biorrefinarias para diversos aproveitamentos de biomassas, de cascas a resíduos urbanos, inclusive para produção de energia.
O centro, com participação de setores públicos e privados, ainda não tem localização definida. A tecnologia e o modelo de parceria com empresas poderão ser bastante semelhantes a trabalhos desenvolvidos na Universidade de Toronto, que a governadora Yeda Crusius conheceu durante viagem ao Canadá no mês passado.
A negociação incluiu, ainda, um programa específico para alfabetização de 500 trabalhadores em São José do Norte, na zona sul do Estado, onde a empresa construirá um complexo portuário para exportação.
Eram 11h quando Aguiar, ao microfone, no salão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini, na Capital, comunicou a decisão do conselho de administração da Aracruz de aportar os recursos para iniciar a obra, anunciada em junho de 2006, e antecipada por Zero Hora. Representantes dos controladores da companhia (Banco Safra, Lorentzen, VCP, com 28% cada um) estavam no evento. A preocupação da indústria era só fazer a confirmação após o encaminhamento de fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), procedimento exigido das empresas com ações negociadas em bolsas de valores.
O investimento será executado com 60% do valor financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (que tem 12,5% do controle acionário da empresa) e 40% de recursos próprios.
(Zero Hora, 16/04/2008)