Aracruz treinará 10 mil pessoas
Empresa construirá a partir de julho segunda fábrica de celulose em Guaíba, beneficiando com o investimento principalmente municípios da metade sul do Estado
Ao confirmar ontem (15/4) a construção de uma nova fábrica em Guaíba, a direção da Aracruz anunciou a abertura de um programa de qualificação profissional de 10 mil pessoas em 24 municípios gaúchos até o fim de 2009, para trabalhar na construção da unidade.
O programa será desenvolvido em parceria com o governo estadual e prefeituras e prevê treinamento específico para que mulheres também possam ser contratadas para as obras, que exigirão 7 mil postos de trabalho no pico da instalação.
A nova fábrica começa a ser construída em julho, assim que forem concluídas as negociações com os fornecedores, e deverá estar concluída em 22 meses, informou o diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar. Quando entrar em operação, em agosto de 2010, passará dos atuais 2.850 para 4,1 mil o número de funcionários, entre próprios e terceirizados permanentes. Com base em estudo encomendado à Fundação Getulio Vargas, a empresa projeta até 50 mil postos a serem gerados pelo projeto em toda a cadeia produtiva do setor.
O investimento de US$ 2,8 bilhões - US$ 2,02 bilhões na fábrica - deverá beneficiar diretamente Guaíba, 32 municípios da base florestal e ainda cidades do pólo metalmecânico, no norte do Estado. A governadora Yeda Crusius considera a confirmação do projeto um marco. Além de observar que o complexo da Aracruz significa uma vez e meia a instalação da General Motors em Gravataí, afirmou que representa o novo modelo para investimentos no Estado.
- Este é um investimento completo, um marco, um modelo em que as empresas escolhem o Rio Grande do Sul pela sua vocação e segurança jurídica, sem que entre no cálculo a concessão de incentivo fiscal - afirmou Yeda.
Ainda de acordo com a governadora, tal como o projeto anunciado ontem, o novo modelo gaúcho prevê o uso responsável dos recursos naturais, aporte de tecnologia e alinhamento com os projetos de longo prazo do Estado. Para Yeda, as necessidades de melhorias de infra-estrutura, entre as quais acessos rodoviários e energia, são considerados mobilizadores das ações do governo e já fazem parte dos chamados projetos estruturantes.
(Zero Hora, 16/04/2008)