O coordenador a Frente Parlamentar das Pequenas e Microempresas, deputado José Sperotto (DEM), participou nesta terça-feira (15/04) no Palácio Piratini, em Porto Alegre, do lançamento da nova unidade da Aracruz Celulose no município de Guaíba. Conforme o diretor-presidente da Aracruz Celulose, Carlos Aguiar, desde a aquisição da Riocell, em Guaíba, há quatro anos e meio, já foram investidos mais de US$ 1 bilhão em pesquisas, florestas, viveiros e qualidade da fábrica. "Se não investíssemos, a unidade de Guaíba estaria fadada a desaparecer por não ser competitiva mundialmente", explicou.
Para Aguiar, a opção feita pelo RS de criar um arranjo produtivo de base florestal é a melhor alternativa econômica sustentável do Estado. Ele elogiou "a coragem da governadora Yeda e de seus colaboradores em enfrentar as dificuldades naturais em investimentos deste porte. Sem essa coragem, o país pára”.
Mais empregos
Um vídeo foi rodado para detalhar o empreendimento. Responsável por 27% da produção mundial de celulose de fibra curta de eucaliptos, a Aracruz Celulose negociou com o Governo Yeda as condições para a expansão da sua unidade em Guaíba. A produção passará das atuais 450 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto/ano. Durante o pico das obras, em 2009, serão contratados 7 mil trabalhadores temporários. Cerca de 70% virão da Região Metropolitana. Numa parceria com o Governo do Estado, a empresa deverá treinar 10 mil trabalhadores em 40 modalidades.
Como novidade na fase das obras, será utilizada mão-de-obra feminina na construção civil. Deverão ser gerados, aproximadamente, 50 mil empregos diretos em toda a cadeia produtiva vinculada à expansão da Unidade Guaíba. Será utilizada matéria-prima produzida em mais de 30 municípios gaúchos. O fato exigirá um grande investimento em logística de transporte e, principalmente, da celulose processada em Guaíba. Na apresentação, houve o detalhamento do plano de investimentos em hidrovias.
Investimento em infra-estrutura
Em infra-estrutura, o investimento total será de R$ 320 milhões nos próximos três anos. Está prevista a duplicação do porto já existente em Guaíba e a construção de um terminal portuário no município de Rio Pardo, no rio Jacuí, junto à ponte da BR 471. Em São José do Norte, a Aracruz implantará um complexo marítimo. Haverá uma grande dinamização do transporte hidroviário com efeitos positivos na produção naval, além de ampliar a produção de celulose e de ativar as hidrovias há produção florestal.
Conforme a Aracruz Celulose, a base florestal – área de efetivo plantio no RS - para a expansão da Unidade Guaíba passará dos atuais 75 mil hectares para 164,5 mil hectares de eucaliptos, além de 90 mil hectares de reservas nativas destinadas à preservação permanente e reserva legal. Apenas na área florestal, estão programados R$ 1,1 bilhão, do total investido, em aquisição de terras, infra-estrutura e silvicultura – 40% do investimento já foi realizado – em programas de fomento e parceria com produtores em mais de 30 municípios.
Efeitos sobre a arrecadação
Em compras de serviços, equipamentos e contratação de serviços de fornecedores locais, o investimento de ampliação da Unidade Guaíba projeta uma contratação de US$ 350 milhões. Já a arrecadação dos mais variados impostos deverá somar um valor em torno de US$ 367 milhões na etapa de implantação do projeto. Na fase de operações, a Aracruz estima US$ 136 milhões – destes US$ 41 milhões serão tributos para o Estado e municípios. Ao comércio da região, a empresa calculou uma movimentação de US$ 140 milhões.
(Por Nilton Santos, Agência de Notícias AL-RS, 15/04/2008)