O trabalho do britânico Paul Parker é matar esquilos cinzentos, a espécie mais comum do animal na Grã-Bretanha. O objetivo é abrir espaço para o esquilo avermelhado, original das ilhas britânicas, que foi praticamente eliminado da maior parte do país pelo seu primo cinzento, importado da América do Norte.
"Nós eliminamos os cinzentos, porque eles são portadores de uma doença que mata os esquilos avermelhados", diz Parker. Uma vez contaminados, os esquilos vermelhos morrem em três semanas, segundo o especialista. A lista de crimes dos esquilos cinzentos não ficaria por aí. Segundo Paul Parker, eles invadem ninhos e comem ovos e filhotes de espécies endêmicas do país.
Polêmica
Em pouco menos de um ano, Parker matou, com o apoio e financiamento do governo, cerca de 7 mil esquilos cinzentos. Em toda a região de Northumbria, no nordeste da Inglaterra, estima-se que 15 mil deles tenham sido exterminados. O motivo é a sobrevivência do esquilo avermelhado, cada vez menos encontrado no território britânico, enquanto os números de esquilos cinzentos não param de crescer.
Por isso, a necessidade de controlar a população de esquilos é praticamente um consenso no país. A discussão são as formas de se fazer este controle. Para alguns, o extermínio é a solução errada. "É eticamente dúbia a matança de uma espécie em prol de outra", diz Rob Atkinson, da Sociedade Real de Proteção aos Animais.
"Até o início da década de 70, era possível obter uma licença do governo para matar esquilos avermelhados", acrescenta Atkinson. "Ou seja, eles eram os vilões da época. Agora, são os cinzentos." Na região de Northumbria, os esquilos cinzentos já foram praticamente exterminados, e as autoridades pretendem levar a experiência para o sul do país. Ao exterminar milhares de esquilos, o governo acabou criando um novo mercado de carne de caça.
(BBC, Ultimo Segundo, 14/04/2008)