O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, rebateu ontem (15) as afirmações de que a produção de biocombustíveis é uma ameaça para humanidade, pois tirarim espaço de áreas que seriam destinadas para produzir alimentos, além de pressionar o preço dos itens alimentícios.
"Em termos de Brasil, não se aplicam as informações de que a produção de álcool iria prejudicar a produção de alimentos. O Brasil cresce tanto em alimentos quanto em álcool, e nós produzimos álcool há mais de 30 anos em perfeita compatibilidade com a produção de alimentos", afirmou o ministro.
Segundo Stephanes, essa compatibilidade, porém, não existe nos Estados Unidos e na Europa, já que nos EUA o produto base é o milho e na Europa, matérias-primas caras.
Segundo ele, no caso da cana-de-açúcar, a matéria-prima utilizada na produção de álcool, a plantação do produto representa menos de 1% da produção total agrícola brasileira. "As novas áreas para produção de álcool avançam para as áreas de pastagem, mas não em termos de produção de alimentos", afirmou.
Questionado sobre a falta de leite, trigo e arroz no mercado interno, o ministro usou o mesmo discurso que o presidente Lula na semana passada. "É que efetivamente o mundo está crescendo, e os povos se alimentando mais".
A preocupação com a recente alta dos preços dos alimentos e o forte crescimento da demanda no mercado mundial foi tema de declarações de uma série de órgãos internacionais ao redor do mundo nas últimas semanas.
(Folha Online,
FGV, 15/04/2008)