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zoneamento silvicultura celulose e papel aracruz/vcp/fibria
2008-04-15

Unidade industrial, parte de investimento de US$ 2,8 bilhões no município de Guaíba, será assinado hoje (15) entre a empresa e o governo do Estado

Menos de uma semana depois de aprovado o novo Zoneamento Ambiental da Silvicultura, a Aracruz deve confirmar hoje (15/4) a construção de sua nova fábrica em Guaíba. O investimento de US$ 2,8 bilhões aguardava apenas a apreciação do documento para sair do papel. A cerimônia será no Palácio Piratini, pela manhã, e haverá festa e queima de fogos de artifício em Guaíba, à noite.

O diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, chegou no começo da noite de ontem a Porto Alegre, mas não quis fazer declarações, por obediência às determinações do mercado de capitais. A empresa tem ações negociadas em bolsa. Em 29 de junho de 2006, Zero Hora informou com exclusividade que o Rio Grande do Sul fora escolhido pelo grupo para um novo projeto. No dia seguinte, a diretoria da empresa e o então governador Germano Rigotto confirmaram o investimento.

De lá para cá, por causa do vaivém em torno das regras de plantio no Estado, a Aracruz decidiu que só começaria a construção da obra depois de aprovado o documento que daria previsibilidade ao projeto. O zoneamento ambiental para silvicultura foi aprovado em sessão marcada por discussões entre ambientalistas e integrantes do Conselho Estadual do Meio Ambiente, na quarta-feira passada. O futuro complexo inclui a construção de quatro terminais fluviais.

Na nova unidade, a Aracruz produzirá 1,3 milhão de toneladas de celulose branqueada a partir do eucalipto, além das 500 mil toneladas que já fabrica na atual unidade, a antiga Riocell, adquirida da Klabin em 2003.

A Aracruz é a primeira das três grandes empresas produtoras de celulose com investimentos no Rio Grande do Sul a confirmar a construção da planta industrial. A VCP Celulose, do grupo Votorantim, também informou, na semana passada, que, com a aprovação do zoneamento, anunciaria nos próximos meses o local onde instalará uma fábrica. A sueco-filandensa Stora Enso, com 9 mil hectares plantados e enrolada na burocracia exigida para a compra de terras em zona de fronteira, não precisou data para anunciar a unidade.

Os planos da Aracruz
Geração de novos empregos

Na obra: 5,5 mil diretos
Na operação: mais de 1,2 mil diretos e 11,8 mil indiretos
Salto na produção de celulose:
De 450 mil toneladas por anopara 1,8 milhão
Aumento na área de plantio:
De 110 mil hectares para 250 mil hectares, incluindo área de 90 mil hectares de reserva nativa

Guaíba comemora aumento de receita
Levará pouco tempo para que os moradores de Guaíba percebam o impacto do anúncio do investimento da Aracruz sobre a economia do município. Pelos cálculos do prefeito, Manoel Stringhini (PMDB), serão criados pelo menos 9 mil empregos apenas no período das obras da nova unidade. Sobre a arrecadação municipal o crescimento é esperado já neste ano.

- Apesar de o retorno de ICMS levar uns três anos até aparecer, os terceirizados, que serão muitos para atender essa primeira fase das obras, terão de arrecadar o ISSQN antes. Por isso, veremos esse ganho a partir de 2008 - comemora Stringhini.

Quando estiver em operação, a fábrica deve levar a Aracruz novamente ao topo do ranking de arrecadação do ICMS municipal. A empresa representa hoje pouco mais de 30% da arrecadação total do impostos. Chegou a responder por quase 70% do retorno deste item ao município, antes da chegada da Toyota.

As vias de acesso à fábrica serão ampliadas e a região como um todo - cerca de 30 municípios - deve reforçar a presença da silvicultura entre suas atividade principais.

Na tarde de hoje, a prefeitura organizará uma caminhada com moradores até a fábrica, onde entregará a direção da empresa uma carta de agradecimento pelo investimento.

(Por Lúcia Ritzel, Zero Hora, 15/04/2008)


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