Análises confirmaram a presença do fenômeno maré vermelha na região ontem
A proibição da venda e do consumo da ostra catarinense foi ampliada para Bombinhas, no litoral Centro-Norte. Análises concluídas ontem confirmaram a contaminação da região pela maré vermelha. O fenômeno também continua na Ponta do Papagaio, em Palhoça.
Em Governador Celso Ramos, o produto segue liberado, mas, por precaução, a Epagri recomenda que as ostras não sejam comercializadas nos próximos dias. Amanhã, novas análises devem ser divulgadas.
Já os mexilhões continuam proibidos na região compreendida entre a Ponta do Papagaio e Bombinhas, com exceção do Norte de Governador Celso Ramos. A medida foi anunciada pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) quinta-feira.
O chefe do Centro de Desenvolvimento em Aqüicultura e Pesca (Cedap) da Epagri, Francisco Manoel de Oliveira Neto, diz que o vento forte desta semana pode ajudar a dispersar as algas que causam o problema. A maré vermelha consiste na excessiva proliferação de microalgas que liberam toxinas posteriormente filtradas por moluscos.
Em Governador Celso Ramos, o problema é motivo de preocupação entre produtores como o maricultor Luciano Pedro Sagas, que trabalha há 16 anos com o cultivo de mexilhões. Desde quinta-feira, ele não vende nada e teme que ocorra a perda da produção, problema que já enfrentou no ano passado.
Na AD Oceanum, a proibição dos mexilhões também pode gerar prejuízo. Ontem, um dos diretores da empresa levou uma amostra dos 800 quilos do produto comprados na semana passada, antes da publicação da portaria, para análise na Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Confirmada a contaminação, todo o material, hoje congelado, será descartado, um prejuízo de R$ 1 mil.
Suspensão ainda não prejudicou produtores
A empresa tem capacidade para processar uma tonelada de mariscos por dia. Mas o gerente de produção e controle de qualidade, Charles Sühnel, afirma que, desde quinta-feira, não comprou mais nada. Com o processamento parado, os 35 funcionários se revezam em outras atividades. Em Bombinhas, os 90 maricultores cadastrados na Epagri ainda não tiveram prejuízo, segundo o técnico do órgão Romilto Toluteno.
- Em 2007, o município foi atingido duas vezes pela maré vermelha. Este ano, é a primeira vez e não há prejuízo porque depois que o fenômeno passa, os moluscos filtram as toxinas e podem ser comercializados sem risco à saúde humana.
(Diário Catarinense, 15/04/2008)