Surto de dengue só ocorreria se governo estadual relaxasse a prevenção
Diretores da Vigilância Epidemiológica e da Secretaria de Estado da Saúde reuniram-se no fim da tarde de ontem e concluíram que uma epidemia de dengue em Santa Catarina, no verão de 2009, é praticamente impossível - ao contrário do que diz o relatório do Ministério da Saúde, que coloca o território catarinense na lista dos 16 estados brasileiros com risco de sofrer um surto da doença no ano que vem.
Para o diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Luiz Antônio Silva, a epidemia só aconteceria se o governo estadual deixasse de realizar o trabalho de prevenção. Ainda assim, seriam necessários cinco anos para que os mosquitos infectados se espalhassem pelo Estado, contaminando a população.
Silva conversou por telefone com o secretário adjunto de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta, na manhã de ontem. Pimenta esclareceu que Santa Catarina está entre os 16 estados destacados pelo relatório por ser uma área onde os trabalhos de prevenção não podem diminuir.
Santa Catarina vai continuar utilizando seu modo de prevenção contra a dengue da mesma forma que vinha fazendo antes da divulgação do relatório. São 900 profissionais orientando a população e trabalhando com armadilhas (pneus com água fiscalizados semanalmente para ver se há larvas).
Abril e maio são os meses com mais registros de focos
Em 2008, 364 focos com larvas não infectadas do mosquito Aedes aegypti foram encontrados em 27 dos 293 municípios catarinenses. Em 2007, foram 1.019. Para Silva, o número será menor neste ano.
Ele ressaltou, no entanto, que abril e maio são os meses em que há mais registros de focos, por isso, a população precisa ficar atenta e não deixar água parada em recipientes.
Em relação aos seis pediatras que Santa Catarina iria mandar ao Rio de Janeiro, no início da semana passada, para ajudar no tratamento das crianças doentes, Silva disse que todos desistiram da viagem devido à pressão familiar. As inscrições para os médicos que queiram auxiliar no Rio continuam abertas.
(Diário Catarinense, 15/04/2008)