Os problemas decorrentes da estiagem ainda não acabaram, mas as chuvas do fim de semana serviram para amenizar a situação dos moradores de Vila Mariante e Estância Nova, interior de Venâncio Aires, vítimas da falta de água potável. Segundo o chefe da Defesa Civil do município, Lídio Mateus do Nascimento, os cerca de 90 milímetros acumulados reduzem em 50% o número de pedidos para abastecimento.
Ainda na sexta-feira, o setor contabilizava 60 solicitações a serem atendidas. Com os índices registrados no sábado e domingo, famílias puderam armazenar a água das chuvas, o que tranqüiliza por alguns dias a equipe da Prefeitura. Porém, como nem todos os moradores adotam práticas de armazenamento, novas reivindicações devem surgir ainda esta semana, de acordo com Nascimento.
Para ele, o agravante da escassez de recursos hídricos é a falta de conscientização da população para com o consumo do líquido, além da não criação de reservatórios – cisternas, calhas, poços e cacimbas. “A estiagem não é novidade. Portanto, a colaboração de todos nessa luta é fundamental”, disse Nascimento, tendo em vista as previsões climáticas para os próximos anos.
Desde o início de janeiro foram distribuídos 1,106 milhão de litros de água para consumo humano que, segundo a Secretaria Municipal de Obras, corresponde a 137 famílias atendidas. O líquido tem sido retirado do poço existente no Parque do Chimarrão e da própria estação de tratamento da Corsan em Vila Mariante, e transportado através de caminhão-pipa com capacidade para 5 mil litros.
Já em Vera Cruz, a média registrada no fim de semana foi de 70 milímetros. Conforme o secretário da Agricultura, Ricardo Konzen, o acumulado é excelente para a recuperação da safrinha do milho, mas insuficiente para reabastecer os reservatórios naturais. Estes necessitam, no mínimo, o dobro da precipitação para se recuperarem. Konzen ressaltou que os últimos pedidos registrados na secretaria foram para suprir a carência de animais de propriedades, não para consumo humano.
Passo do Sobrado, a exemplo de Vera Cruz, também ficou na casa dos 70 milímetros, segundo informações do titular da pasta da Agricultura, Edemar de Azeredo. Até a última semana, a secretaria registrava cerca de seis pedidos diários de água para consumo humano e animais. O diferencial do município, frisou Azeredo, está na conscientização da população em armazenar o líquido vindo dos céus e correr atrás de orientações para tratá-lo.
(Por Francine Schwengber, Gazeta do Sul, 15/04/2008)