Autoridades da União Européia (UE) defenderam na segunda-feira (14/04) a proposta para expandir o uso de biocombustíveis, mesmo em meio a críticas de que a produção está causando a disparada dos preços dos alimentos e aumentando a fome nos países mais pobres do mundo. O bloco propôs que cada um de seus 27 países membros adote o uso de 10% de biocombustível no combustível destinado ao transporte até 2020.
Segundo as autoridades, a UE irá adiante com a proposta, mesmo em meio aos alertas feitos por líderes mundiais durante um encontro do Banco Mundial (Bird) no fim de semana sobre o impacto dos biocombustíveis nos preços dos alimentos. "No momento, não há hipótese de suspendermos a meta de biocombustível", afirmou Barbara Helfferich, porta-voz da Comissão Européia sobre o meio ambiente.
A proposta de biocombustíveis do bloco europeu, ao contrário de mandatos dos Estados Unidos, não fará com que produtores limitem sua produção de alimentos, de acordo com Michael Mann, porta-voz de agricultura da comissão. "Realmente não vemos um perigo enorme, dentro do contexto da UE, de uma grande mudança da produção de alimentos para a produção de biocombustível", disse Mann.
O bloco acredita que a melhoria da produtividade agrícola permitirá ao continente satisfazer a crescente demanda por culturas que servem de matéria-prima para a produção de biocombustíveis sem prejudicar a oferta de alimentos. O aumento na produtividade deve ser particularmente acentuado em países das áreas Central e Leste da Europa, onde a produtividade agrícola diminuiu significativamente após o colapso da União Soviética.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 15/04/2008)