O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançou na Internet, através da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais, uma página contendo uma série de dados e informações oceânicas sobre a costa da região Sudeste do país.
Segundo Milton Kampel, oceanógrafo do INPE e um dos responsáveis pelo projeto, os produtos derivados de dados de satélites ambientais e meteorológicos são atualizados sistematicamente, oferecendo indicadores do que chama de “saúde do oceano”.
Entre eles está a concentração de clorofila na superficie do mar (CSM), usada pelo fitoplâncton para realizar a fotossíntese. Como estes micro-organismos, compostos por algas unicelulares capazes de formar grandes colônias, dependem de certas condições ambientais para se desenvolverem, funcionam como um bom indicador de mudanças ambientais no ecossistema marinho.
Pesca e energia
A observação da concentração de clorofila pode ser do interesse de setores da economia, como a indústria pesqueira, que busca localizar cardumes em regiões onde ocorre maior disponibilidade de fitoplânctons, utilizados como alimento por diversas espécies de peixes.
No campo energético, estudos recentes vêm prospectando a possibilidade de geração de biocombustíveis a partir destes micro-organismos. Outro interesse em torno dos fitoplânctons relaciona-se ao fato de serem transportados passivamente pelas correntes oceânicas. Como ficam à deriva na superfície do mar servem como demarcadores de trajetórias das correntes marítimas, observadas através de imagens de satélite.
(O Dia, 14/04/2008)