O editor desta página tem insistido há vários meses sobre a inconveniência do programa do governo Lula insistir na produção de biodiesel a partir da soja. No RS, maior produtor brasileiro de biodiesel, todas as plantas industriais trabalham com soja.
Nesta segunda-feira (14/4), o governo gaúcho soube que algumas indústrias que abriram as portas em setembro, chegaram a dar férias coletivas em dezembro. O problema é que o insumo já está mais caro do que o produto final.
A secretaria estadual da Fazenda resolveu conceder crédito presumido de 50% do ICMS para o ramo.
Uma das razões da alta espetacular de preços dos alimentos, a principal, é a alta do petróleo, mas a outra é com certeza o desvio de milhões de toneladas de milho para produzir etanol nos EUA (da produção de 270 milhões de toneladas, 80 milhões vão para etanol) e de soja para produzir biodiesel no Brasil.
A governadora Yeda Crusius já recebeu propostas para que faça a Emater incentivar o plantio de canola no próximo inverno. O grão substituirá a soja nas fábricas de biodisel.
O problema é que a soja, além de ter se transformado em alimento nobre para as pessoas (óleo de cozinha e margarinas, por exemplo), rende apenas 500 kg de biodiesel por hectare, contra 4 mil da palma e 2 mil da mamona.
(Políbio Braga, 14/04/2008)