A organização ecologista Greenpeace colocou nesta segunda-feira (14) um tronco de tauari, uma árvore tropical, de 12 metros de comprimento, diante da embaixada brasileira em Berlim, para protestar contra o desmatamento da floresta amazônica.
"Este tronco representa os milhares de árvores que são queimadas diariamente na Amazônia", explicou o especialista do Greenpeace para o Brasil, André Muggiati.
"O governo brasileiro precisa conter o desaparecimento de espécies botânicas e animais e evitar que o desmatamento acelere as mudanças climáticas. A proteção da floresta também pressupõe a defesa do clima", acrescentou o brasileiro.
Greenpeace e outras seis organizações ecologistas pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acabe totalmente com o desmatamento da Amazônia até 2015.
Cerca de 70% das emissões brasileiras de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa são procedentes das queimadas. "Pedimos a Lula acordos concretos. Nos últimos quatro anos, ele cumpriu apenas um terço das medidas que anunciou para conter o desmatamento", afirmou Muggiati.
Depois de percorrer 6.000 km no Brasil, sendo exposto no Rio, em São Paulo e em Brasília, o tronco, que pesa 10 toneladas, passará por diversas cidades da Alemanha até chegar, em maio, à cidade de Bonn, para a Convenção da Biodiversidade da ONU (Organização das Nações Unidas).
Durante a reunião de maio em Bonn, o Brasil cederá à Alemanha a presidência do CBD, a principal conferência sobre proteção ambiental.
Com seus sete milhões de km², a Amazônia é a maior floresta do planeta. De acordo com o Greenpeace, cinco hectares são devastados a cada minuto por queimadas e motosserras. Um hectare de floresta queimada libera de 500 a 1.100 toneladas de CO2.
Os hectares desmatados --em grande parte ilegalmente-- são utilizados posteriormente para atividades de agricultura e pecuária. No entanto, 20% das áreas desmatadas nas duas últimas décadas já não são mais rentáveis. "É mais barato arrasar novas zonas que recuperar as áreas desmatadas", afirma Muggiati.
(Folha Online, 14/04/2008)