Ele propõe nova metodologia na avaliação de danos ambientais em Mato Grosso.
Governador também pede 'moratória' a veto a financiamentos para produtores.
O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), quer que o governo federal faça uma "recontagem" no índice de desmatamento em seu estado e conceda uma "moratória" sobre decretos que proíbem financiamentos a produtores de regiões com degradação ambiental. A época do plantio começa em 30 dias.
O estado tem 19 municípios enquadrados como regiões com grandes problemas ambientais, mas Maggi diz que a devastaçãoi é menor do que a apontada pelo governo federal. Por conta dos dados oficiais, produtores estão impedidos de captar financiamento agrícola para o plantio da próxima safra. “É o estrangulamento de nossa economia”, afirmou o governador.
Maggi esteve nesta segunda-feira (14) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, para discutir uma nova metodologia na avaliação do desmatamento no estado.
Segundo ele, há dois tipos de devastação: o desmatamento raso, que afeta áreas inteiras a partir do corte indiscriminado, e a degeneração progressiva da floresta, que é resultado de processos antigos de desmatamento, como a abertura de estradas e clareiras em meio à mata, e que pode ser revertida em relativo pouco tempo.
Segundo Maggi, dos 662 pontos de desmatamento identificados pelo governo federal nos 19 municípios, apenas 10,12% teriam problemas se a nova metodologia proposta pelo governo do estado fosse adotada. Ainda assim, todos os produtores dessas cidades estariam aptos a receber financiamentos públicos.
Para regularizar a situação, os produtores de municípios com áreas degradadas devem fazer um recadastramento para obtenção de licenças ambientais. “Ninguém está defendendo coisa errada, mas o estado não tem condições de fazer licenciamento ambiental na rapidez necessária [para obtenção de financiamentos]”, disse Maggi.
(G1, 14/04/2008)