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anp
2008-04-15

Diretor da ANP surpreendeu ao afirmar que a área de exploração é conhecida como “Pão de Açúcar”

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, surpreendeu ontem o mercado ao afirmar, em seminário promovido pela Fundação Getúlio Vargas, que a área de exploração de petróleo conhecida como "Pão de Açúcar", na Bacia de Santos, pode ter até cinco vezes o volume de petróleo do megacampo de Tupi. "Se isso for confirmado, será a maior descoberta já feita, que poderá se transformar no terceiro maior campo de produção de petróleo no mundo", disse Lima.

Na exposição, o diretor da ANP identificou como "Pão de Açúcar" apenas o bloco de exploração conhecido como BMS-9 (Bacia Marítima de Santos, nº 9), operado por um consórcio formado pela Petrobrás (45%), a britânica BG (30%) e a hispano-argentina Respsol (25%). Segundo ele, informações preliminares obtidas com as concessionárias indicam que este volume de óleo recuperável (o que é possível extrair da jazida) poderia chegar a até 33 bilhões de barris.

A megajazida de Tupi, que detonou o processo de retirada de áreas do leilão da ANP este ano e pode ser o estopim para mudar a legislação de petróleo, tem reservas estimadas de 5 a 8 bilhões de barris.

A declaração do diretor da ANP - confirmando especulações que circulavam no mercado desde o fim do ano passado - provocaram reação imediata e um verdadeiro frenesi no mercado financeiro. As ações da Petrobrás dispararam no início da tarde na Bovespa. Houve um momento em que a empresa, sozinha, respondia por metade do giro de recursos movimentados na Bolsa. Os papéis ordinários (ON) chegaram a valorizar-se 10,8% e fecharam o pregão com cotação 7,68% mais alta.

A direção da estatal, que de início não quis comentar as declarações do diretor da ANP, teve de emitir nota, explicando que "a abrangência das descobertas em Santos ainda depende de estudos, e um plano de avaliação das áreas deverá ser entregue à ANP dentro de poucos dias". Apesar de ressaltar que os dados apresentados na palestra eram ainda "oficiosos", Lima destacou que as estimativas eram baseadas em informações fornecidas à agência pelas próprias empresas que exploram o campo.

As reservas de bilhões de barris de óleo, de qualidade superior à produzida atualmente no País, estão numa profundidade definida como "pré-sal", ou abaixo da camada de sal que forma blocos no subsolo marítimo. As descobertas estão em áreas próximas, na Bacia de Santos, mas a Petrobrás estima que o mesmo tipo de ambiente pode se repetir por cerca de 800 quilômetros, do Espírito Santo a Santa Catarina, como foi informado na época da descoberta de Tupi. Os primeiros indícios de petróleo e gás na área foram informados à ANP em agosto de 2007, mas sem o volume identificado no local.

(Kelly Lima e Irany Tereza, Agência Estado, 14/04/2008)


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