(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis segurança alimentar alta no preço dos alimentos
2008-04-15

Banco Mundial e FMI alertam que crises como a do Haiti podem se repetir e afirmam que a alta dos preços dos alimentos é causada pela produção de biocombustíveis e pelos novos hábitos de consumo nos países emergentes. O alerta veio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial: as explosivas altas dos preços dos alimentos no mercado mundial colocam em risco a estabilidade social, política e econômica de diversos países do mundo, principalmente dos mais pobres, afirmaram no domingo (13/04) em Washington os chefes das duas instituições.

Um dia antes, o Parlamento do Haiti destituiu o primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis após uma semana de violentos protestos causados pela alta dos preços dos alimentos. A crise levou o presidente do Haiti a anunciar um plano de emergência que prevê uma redução de 15% do preço do arroz. Segundo o Banco Mundial, mais de 30 países correm o risco de enfrentar uma situação semelhante à do Haiti. Nas Américas Central e do Sul, há risco de instabilidade social também na República Dominicana, na Nicarágua e na Bolívia. Os demais países estão localizados na África e na Ásia.

Origens da crise
De acordo com um estudo do Banco Mundial, os preços dos alimentos subiram 83% em todo o mundo nos últimos três anos, sendo que no caso do trigo a elevação chega a 181%. Cerca de 854 milhões de pessoas (mais de quatro vezes a população do Brasil) não têm o suficiente para se alimentar.

O organismo aponta como principais motivos para a alta nos preços dos alimentos o crescente uso de matéria-prima vegetal para a produção de combustíveis e os novos hábitos alimentares em países como a China, onde o crescimento econômico faz com que as pessoas passem a se alimentar melhor, elevando a procura por alimentos e, conseqüentemente, os preços. O uso de vegetais para a obtenção de energia é visto com crescente desconfiança também na Europa. O argumento central é que a opção pelos biocombustíveis leva à derrubada de florestas e à escassez de alimentos.

Biocombustível: o vilão
Foi o que argumentou, em Washington, a ministra alemã da Ajuda do Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul. Para ela, a estratégia de elevar o uso de biocombustíveis – adotada por vários países – deve ser repensada. Ela afirmou que entre 30% e 70% das recentes altas dos preços dos alimentos se deve à crescente produção de combustíveis a partir de vegetais.

"Se nos países industrializados os carros andarem com biocombustíveis e ao mesmo tempo as florestas tropicais na linha do Equador forem derrubadas, não haverá nenhum benefício ao clima", argumentou Wieczorek-Zeul. Pelos planos da União Européia (UE), os biocombustíveis deverão fornecer 10% da energia consumida pelo bloco de países em 2020.

O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, não vê contradição entre a produção de alimentos e de energia e diz que a meta da UE é alcançável. "Podemos cobrir esses 10% com matéria-prima que não oferece concorrência à produção de alimentos nem é oriunda de florestas tropicais", afirmou.

Melhor qualidade de vida
Para Gabriel, a principal concorrência não é entre alimentos e biocombustíveis, mas entre alimentos e ração animal. Segundo ele, a melhoria dos padrões de vida em todo o mundo faz com que cada vez mais áreas agricultáveis sejam utilizadas para a produção de ração.

Por esse argumento, a melhora do PIB per capita em países como a China e a Índia leva a população local a consumir cada vez mais produtos como carne e leite, cuja produção necessita de ração animal, que por sua vez é produzida a partir de cereais.
"Quanto mais produtos à base de carne e leite são consumidos, mais cresce a demanda por cereais", afirmou o presidente da Associação dos Agricultores Alemães (DBV), Gerd Sonnleiter. Segundo ele, para produzir um quilo de carne são necessários de três a cinco quilos de cereais.

Mais dinheiro
No caso do Haiti, o Banco Mundial reagiu disponibilizando 10 milhões de dólares ao país. Mas a instituição alerta que o Programa Mundial de Alimentos da ONU necessita de 500 milhões de dólares para ajudar a combater o problema da falta de alimentos em todo o mundo. Até agora, apenas a metade desse valor foi cedido pelos países ricos.

O Banco Mundial também disse que aumentará seus recursos destinados ao desenvolvimento da agricultura nos países pobres de 800 milhões para 1 bilhão de dólares até 2011. O presidente da instituição, Robert Zoellick, afirmou que a atual situação coloca em risco todos os resultados positivos obtidos pela comunidade internacional na luta contra a pobreza nos últimos sete anos.

(Deutsche Welle, 13/04/2008) 


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -