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extinção de espécies
2008-04-14

“O mundo encara uma perda de biodiversidade sem precedentes. A taxa de extinção tem sido estimada em mil vezes mais alta do que o natural na história da Terra”, alertou o secretário executivo da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), Ahmed Djoghlaf, na última quarta-feira durante evento em Berlim que discutiu os desafios da política internacional com relação à conservação da biodiversidade.

Djoghlaf lembrou que, a cada hora, quatro espécies são perdidas e que, a cada ano, 13 milhões de hectares de florestas, onde vivem cerca de dois terços de todas as espécies terrestres, são destruídas – o equivalente a um terço do tamanho da Alemanha.

“A pressão das atividades humanas no funcionamento natural do planeta alcançou um extremo que a habilidade dos ecossistemas de fornecer as necessidades para as gerações futuras está agora seriamente – talvez irreversivelmente – ameaçada”, afirmou.

Com o progresso das mudanças climáticas, mais e mais habitats frágeis se tornam ameaçados de extinção. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), cerca de 30% das espécies conhecidas podem desaparecer antes do final do século por causa do aquecimento global.  “Apesar de a degradação ambiental ser um sério problema, ela pode ser remediada. A extinção de espécies, no entanto, é permanente”, destacou.

Estima-se que existam 30 milhões de espécies de organismos na Terra. Uma pesquisa de 1987, conduzida pelo cientista E.O. Wilson, da Universidade de Harvard, constatou a existência de cinco bilhões de espécies. Porém novos trabalhos elevam ainda mais estes números, admitindo uma amplitude que vai de 10 a 100 milhões de espécies.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, “a realidade dos fatos, entretanto, é que o número de espécies hoje conhecido em todo o planeta esteja em torno de 1,7 milhões, valor que atesta o elevado grau de desconhecimento da biodiversidade, mormente nas regiões tropicais”.

Biodiversidade, segundo o artigo 2 da CDB, "significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

Em outras palavras, refere-se a toda a variedade de vida no planeta, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.

O tráfico de fauna e flora também é uma ameaça contra a biodiversidade mundial, em especial em países como o Brasil, que possui 20% do número total de espécies do planeta. A venda ilegal de espécies animais nas ruas do México, noticiada nesta semana, é um exemplo de ameaça que pode acabar com muitas delas antes de 2030.

México e Brasil integram o Grupo de Países Megadiversos, criado em 2002 pelas 15 nações que o compõe e que, em conjunto, possuem 70% da diversidade de flora e fauna do planeta. Os demais integrantes são Bolívia, China, Colômbia, Costa Rica, Equador, Filipinas, Índia, Indonésia, Quênia, Malásia, Peru, África do Sul e Venezuela.

O Brasil assinou em 1992 a CDB na Rio-92, que reconhece a soberania dos países sobre os recursos genéticos existentes em seus territórios.

Em 2000, o governo brasileiro estabeleceu uma medida provisória (MP nº 2.186) para proteger o acesso ao patrimônio genético. A biopirataria é hoje um grave problema para o país, que é facilitada pela ausência de uma legislação que defina as regras de uso dos recursos naturais brasileiros. Esta MP não coloca a exploração ilegal dos recursos como crime e nem estabelece penalidades para os infratores, somente determina que o acesso aos recursos genéticos depende de autorização da União.


Convenção da Diversidade Biológica - entrou em vigor em 29 de dezembro de 1993 com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade, uso sustentável de seus componentes e uma distribuição de benefícios justa e eqüitativa com relação ao uso dos recursos genéticos. Atualmente é composta por 190 países.
Biopirataria no Brasil –  Cerca de 38 milhões de animais da Amazônia, da Mata Atlântica, do Pantanal e da região semi-árida do Nordeste são capturados por traficantes de animais e vendidos ilegalmente, segundo a  ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) www.renctas.org.br. A estimativa é de que, com este comércio, eles faturem cerca de 1 bilhão de dólares ao ano. Este número, segundo o IBGE, representaria 10% do comércio ilegal de animais no mundo.

Biodiversidade Brasileira - As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A maior floresta tropical úmida (Floresta Amazônica), com mais de 30 mil espécies vegetais, e a maior planície inundável (o Pantanal) do mundo se encontram nesses biomas, além do Cerrado (savanas e bosques), da Caatinga (florestas semi-áridas) e da Mata Atlântica (floresta tropical pluvial). O Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km² com uma variedade de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.
Muitas das espécies brasileiras são exclusivas (endêmicas) e diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba. (fonte: MMA)


Animais em extinção no Brasil – O país possui 395 espécies, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos e invertebrados terrestres, ameaçadas de extinção. A lista é publicada a cada cinco anos pelo Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os dados são referentes a última lista publicada, em 2003.

Riqueza Econômica - Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, especialmente destacando café, soja e laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, contando o álcool da cana-de-açúcar e a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz energética nacional e em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda energética industrial e residencial. Além disso, grande parte da população brasileira utiliza-se de plantas medicinais na solução de problemas corriqueiros de saúde. (fonte: MMA)
Livro - “100 animais ameaçados de extinção no Brasil – E o que você pode fazer para evitar”, de Sávio Freire Bruno, publicado pela Editora Ediouro.    

(Carbono Brasil, 11/04/2008)


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