Chuva forte atingiu regiões Norte, Noroeste e Fronteira OesteA Defesa Civil do Estado está contabilizando os danos do temporal de vento, chuva e granizo que assolou cidades das regiões Norte, Noroeste e Fronteira Oeste no anoitecer de sexta-feira e madrugada de sábado, depois dos últimos dias de calor no Estado.
Palmeira das Missões foi uma das mais prejudicadas. Foram verificados estragos ainda no Vale do Taquari. Muitas cidades ainda estavam sem luz no começo da tarde de sábado.
O número de casas destelhadas em Palmeira das Missões será contado em milhares. Até a manhã de sábado, cem pessoas - 70 crianças - estavam desalojadas. Elas aguardavam no auditório do Parque Municipal de Exposições Tealmo José Schardong pela melhora no tempo para poder voltar para casa.
Desde o momento em que ocorreu o temporal, por volta de 18h30min de sexta-feira, a procura por lonas vem sendo intensa. De acordo com coordenador regional da Defesa Civil em Passo Fundo, Aurivan Chiocheta, pelo menos 150 bobinas de 600 metros quadrados cada tinham sido entregues à população.
Nem a sede do Comando Rodoviário da Brigada Militar escapou. O telhado de amianto foi furado com as pedras, e os policiais precisavam ficar em baixo dos locais com lonas para atender a população. O secretário de Administração do município, João Cláudio Renz, estima em 8 mil o número de casas destelhadas pelo temporal.
- Provavelmente vamos decretar calamidade pública - afirmou.
Destelhamentos e falta de luzOutros municípios do noroeste do Estado também tiveram relatos de vento forte e granizo, como Santo Antônio das Missões e Porto Lucena. Em Tenente Portela, o granizo do final da tarde de sexta provocou 50 destelhamentos parciais pelo Interior.
Cerca de 13 mil clientes da AES Sul ainda estavam sem energia elétrica no sábado pela manhã, em Alegrete. Ventos de até 80 km/h atingiram o município, deixando um rastro de destruição.
A rede elétrica foi prejudicada por postes caídos, fios rebentados e geradores danificados. No centro da cidade, o telhado de um posto de gasolina desabou sobre um caminhão. A AES Sul precisou de reforço de municípios vizinhos para tentar sanar os problemas mas, até sábado pela manhã, não tinha previsão de quando o trabalho seria concluído. Segundo o Corpo de Bombeiros de Alegrete, foram registradas mais de 50 chamadas. A maioria em função de danos causados pela queda de galhos e árvores sobre a rede elétrica. Não há número significativo de casas destelhadas. No entanto, a prefeitura ficou à disposição, no sábado, com lonas para auxiliar estes moradores.
Em Uruguaiana, os estragos resultaram de uma forte chuva de granizo que caiu sobre a cidade. O que impressionou moradores foi o tamanho das pedras, que chegavam a quatro centímetros de diâmetro. Quem estava na rua no momento do granizo, se abrigou em marquises. Centenas de carros foram danificados.
Cerca de 5 mil clientes da AES Sul ficaram sem energia no município por algumas horas, mas o problema foi resolvido ainda de noite. A Santa Casa de Caridade do município não soube precisar o número de atendimentos em decorrência do granizo. No entanto, atendentes do Pronto Socorro relataram que a maioria das pessoas chegou até o local com cortes pelo corpo.
Em Quaraí e São Borja, o estrago foi concentrado na zona rural. Na localidade de Arial, em Quaraí, árvores caíram e até alguns bovinos morreram atingidos pelas pedras de granizo. De acordo com a Central de Meteorologia da RBS, não há mais chance de granizo e a chuva que deve cair sobre a Fronteira Oeste no domingo deve ser fraca.
Em Camargo, no norte do Estado, 140 casas foram atingidas pela chuva de granizo, deixando pelo menos seis famílias desabrigadas. O temporal começou às 20h30min de sexta-feira e durou cerca de 15 minutos, mas foi o suficiente para causar estragos.
- As pedras tinham o tamanho de ovos, tudo que era telhado de 4mm se perdeu - conta o policial militar Paulo Ribeiro, que continua recebendo ligações de moradores solicitando auxílio.
Em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, a chuva e o vento da noite de sexta-feira causaram cancelamento da Expocruzeiro e a 3ª Festa do Aipim. O lonão, o palco dos shows e os 64 estandes despencaram.
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Zero Hora, 13/04/2008)