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movimento ambientalista gaúcho ambientalistas eucalipto no pampa
2008-04-14
O professor universitário aposentado Flávio Lewgoy, sucessor de José Lutzenberger na presidência da Agapan e atual conselheiro da entidade, aos 82 anos permanece como uma das principais vozes do ambientalismo gaúcho. O ativista acredita que a função dos militantes mudou, e o significado da luta ecológica não é o mesmo. Confira entrevista:

Zero Hora - A inexistência de um grande expoente como José Lutzenberger está fazendo falta?

Flávio Lewgoy - Nos últimos tempos, ele já estava mais dedicado a escrever, o tempo de ativismo havia passado. Mas era muito carismático. Hoje, nenhum de nós tem essa pretensão. A questão é que está todo mundo angustiado com as pressões econômicas, em manter seus empregos, isso dificulta a atuação.

ZH - Como fica essa atuação?

Lewgoy - Está mais restrita à área judicial, como whistle blower, o sujeito que sopra o apito chamando a atenção. Fazemos intervenções para o Ministério Público, é a nossa principal atuação hoje, chamar a atenção, denunciar crimes ambientais. Nossa função agora é apagar incêndios. Hoje, na verdade, não há mais um movimento, são entidades que partilham de uma ideologia comum, com interpretações individuais. Aquela fase dos anos 70, 80 passou. A nossa vitória, em parte, foi a nossa derrota.

ZH - Como assim?

Lewgoy - Não precisamos mais brigar para fazer lei, está tudo regulamentado, até na Constituição. Não é que tenhamos mudado, as circunstâncias mudaram.

ZH - Mas o movimento ainda é necessário?

Lewgoy - Sim. Mas não tem o mesmo significado que já teve. Realmente atingimos nossos objetivos.

ZH - O resultado do debate sobre zoneamento ambiental leva a uma autocrítica?

Lewgoy - Talvez. Há muito tempo estamos debatendo a necessidade de unificação pelo menos em nível federativo. Quer dizer, ninguém é obrigado a obedecer a ordens de ninguém, mas a gente tem de sentar, debater e ver o que é melhor.

ZH - Está faltando articulação?

Lewgoy - Sim. É preciso mobilização, mas sempre com essa consciência: até podemos levantar cartazes, levantar a opinião pública, mas quando tem provas de crime ambiental. Quando há uma grave ameaça ao ambiente, como o plantio de eucaliptos no Pampa, o Consema tinha de rejeitar. A nossa representação no conselho é simbólica, apesar de termos autoridade derivada do nosso prestígio.

ZH - Depois desse episódio deve haver alguma mudança na forma de atuação?

Lewgoy - Já recebi e-mails de grupos que tentam alguma coisa nesse sentido, defendendo uma reforma no Consema, buscando uma paridade, senão não tem como agir.

ZH - Quando se confronta a preservação ambiental com a possibilidade de crescimento...

Lewgoy - (interrompendo)... É uma pena, uma coisa perigosa, porque a curto e médio prazo, eles se glorificam, mas depois as pessoas se dão conta do que está acontecendo. Tinha uma frase do Lutzenberger que eu não gostava muito, mas agora vejo que é verdade.

ZH - Qual?

Lewgoy - "As nossas vitórias são provisórias, as derrotas são definitivas". Se os eucaliptos crescerem, não vai ter como reverter. Na verdade, não é que eu não gostasse da frase, é que ela me deixava angustiado. Mas eu sabia que era verdade.

A luta verde no Estado

Confira fatos que marcaram a história da ecologia gaúcha

27 de abril de 1971 - Fundada a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), na Capital. A criação da entidade civil, uma das primeiras do gênero no Brasil, foi liderada por José Lutzenberger (1926-2002), um dos principais nomes no ambientalismo do país. Lutz presidiu a Agapan por 12 anos consecutivos e, após, foi declarado presidente de honra da associação.

6 de dezembro de 1973 - Data considerada símbolo para o ambientalismo gaúcho. Nesse dia, ocorreu o fechamento da fábrica de celulose Borregaard, pertencente a noruegueses e localizada em Guaíba. Desde sua inauguração, em 16 de março de 1972, moradores de 17 municípios protestavam contra a indústria com passeatas e abaixo-assinados, promovendo uma das maiores campanhas ecológicas do Estado. A população reclamava do mau cheiro exalado e dos detritos líquidos despejados no Guaíba, resultado da tritura de madeiras.

25 de fevereiro de 1975 - O estudante de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Carlos Alberto Dayrell sobe em uma árvore na Avenida João Pessoa, na Capital, para impedir sua derrubada. O protesto, que durou horas, forçou a prefeitura a alterar o projeto de construção do viaduto na avenida.

31 de março de 1978 - Ocorre o desastre ecológico na Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, no sul do Estado. Durante a noite, um forte temporal atingiu a região, seguido de ressaca no mar. Nos dias seguintes, mariscos, peixes e até animais domésticos apareceram mortos. O cheiro forte provocou problemas respiratórios em moradores. Um relatório do Ministério da Saúde apontou como causa o fenômeno conhecido como maré vermelha, provocado por toxinas liberadas após a proliferação de algas. O laudo foi criticado por ambientalistas, que até hoje divergem sobre a origem do desastre ambiental.

- Leia dicas de ambiente no blog www.zerohora.com/blogarpuro

(Zero Hora, 12/04/2008)

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