Nesta quarta-feira as ONGs quase melaram os planos do governo gaúcho de aprovar um zoneamento muito amigável para as lavouras de eucaliptos. Quase. O secretário da Silvic..., aliás, do Meio Ambiente, Carlos de Moraes, moveu mundos e fundos e conseguiu cassar uma liminar impetrada pelos verdes e que impedia temporariamente a deliberação do Conselho Estadual do Meio Ambiente. Calçado por políticos interioranos e sem nenhum ambientalista no plenário, o governo aprovou o zoneamento tão esperado pelo setor privado. O Ministério Público Federal segue no silêncio.
Para os verdes gaúchos, o zoneamento das lavouras de eucaliptos e pinus aprovado ontem pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente remove todas as restrições ao plantio de árvores exóticas no Pampa. Segundo eles, haviam sido acordados limites entre 10% e 50% para cultivos, dependendo da vulnerabilidade ambiental de cada região do zoneamento. No entanto, o documento lavrado pelo conselho torna os limites mera orientação, deixando margem para avaliações pontuais, temperadas pela política, dinheiro e outras pressões do empresariado. O Eco já mostrou que estes elementos estão muito bem combinados nos Pampas.
Tchau, PampaPara o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Paulo Brack, a medida aprovada pelo governo gaúcho dá margem à tomada de imensas regiões da Metade Sul daquele estado por lavouras de monoculturas exóticas. Segundo ele, evitar plantios contínuos, definir um tamanho máximo para as lavouras e um espaçamento entre elas era fundamental para a preservação da paisagem do Pampa. “O governo privilegia só a segurança dos empreendedores, não do meio ambiente. A Fepam tornou-se um balcão de licenciamento”, diz o ambientalista e membro do Ingá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais.
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O Eco, 10/04/2008)