Montagem dos geradores é feita por empresa contratada pela WTorre, com supervisão da CEEE
Já estão sendo montados em São José do Norte os quatro grupos de geradores que irão abastecer o Município durante a substituição dos cabos aéreos da linha de transmissão de energia elétrica para São José do Norte, visando à entrada do pórtico-guindaste que a WTorre está trazendo da China para o dique seco. A montagem dos grupos de geradores começou na quarta-feira. A instalação do primeiro - um grupo de 4 megawatt, na área urbana do Município, ontem (10/4) já estava concluída. Faltava apenas cercar a área. A dos outros três - dois de um megawatt cada na BR-101 (km 27 e 41) e outro também de um megawatt, na localidade de Bujuru, deve ser terminada hoje.
Conforme o chefe do Centro Regional Litoral Sul da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Álvaro Azambuja, a previsão é concluir a montagem dos geradores nesta sexta-feira e já colocá-los em funcionamento, em fase experimental. A intenção é colocar os geradores em funcionamento e desligar a linha de transmissão aérea, sem retirá-la, até segunda-feira, para testar o sistema de fornecimento de energia pelos geradores. Comprovado o êxito do funcionamento desses equipamentos, serão retirados os cabos aéreos para a substituição por outros de maior resistência mecânica. A montagem está acontecendo com suporte técnico da CEEE. Toda a logística e a contratação de geradores e de pessoal para realizar o serviço são de responsabilidade da WTorre.
O custo da instalação dos geradores e da troca da linha é de R$ 4,5 milhões, valor a ser investido pelo governo do Estado e WTorre. Segundo informações do coordenador da assessoria técnica da Secretaria do Estado de Infra-estrutura e Logística, Edmundo Fernandes da Silva, após a troca dos cabos os geradores serão desligados, mas serão mantidos no Município até a realização, posteriormente, do processo de implantação dos cabos subaquáticos. A linha de transmissão aérea, existente atualmente, atravessa o canal de acesso ao porto rio-grandino, desde o Tecon, em Rio Grande, até o território nortense e está a 67 metros do nível da água. Sua substituição objetiva possibilitar a passagem do pórtico-guindaste do dique seco, que tem 85 metros de altura e deve chegar ao Superporto após o dia 15.
A troca dos condutores deve se estender por dois ou três dias. A estrutura atual não permite o tracionamento dos condutores para obtenção da altura necessária à passagem do equipamento. Os novos cabos a serem colocados na linha são mais leves e maleáveis, podendo ser esticados. No momento da entrada do pórtico-guindaste, eles serão tencionados para obtenção da altura necessária. Com o tracionamento, os condutores chegarão a 100 metros de altura. Em junho, essa mesma ação será feita para a entrada da porta-batel do dique seco. Álvaro Azambuja afirma que a comunidade de São José do Norte não tem motivos para preocupação, pois a potência instalada com esses geradores é uma vez e meia maior que a do sistema interligado que atualmente abastece o Município.
Cabos subaquáticos
A altura que pode ser obtida com a substituição dos cabos da linha aérea não será suficiente para a saída da plataforma oceânica P-53, que deve ocorrer em setembro. Depois de concluída, a P-53 ficará com 116,5 metros de altura. Em função disso, até setembro os cabos aéreos serão substituídos, definitivamente, por subaquáticos.
"Estamos fazendo todo o possível para que até lá os cabos subaquáticos já estejam funcionando", afirmou Edmundo Fernandes da Silva. Conforme ele, o processo de licitação está em andamento. A instalação dos cabos subaquáticos, no mesmo trecho em que se encontram os condutores aéreos, deverá ser feita em um período de 120 dias, a partir da contratação do serviço, e deverá custar em torno de R$ 20 milhões.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 11/04/2008)