Foi multada em R$ 40 mil, uma empresa agropecuária paulista, que tem várias unidades frigoríficas e de curtimento de couro no Pará. O curtume de uma das unidades, localizado em Redenção, apresentava transbordamento e rompimento em uma das represas das lagoas de estabilização de efluentes. Isso ocasionou vazamento de resíduos. A verfificação de poluição no curso d’água que rodeia o estabelecimento depende de análise da água.
De acordo com o chefe do escritório do Ibama no município, Herdélio Maltez Jr., os frigoríficos que a empresa possui, e que foram vistoriados juntamente com dois curtumes, estão regulares. “Porém, aplicamos multa de R$ 8 mil por dia ao curtume e embargamos o estabelecimento para impedir a saída dos resíduos, até que o problema fosse resolvido”, informa Herdélio.
A inspeção foi realizada a pedido do Ministério Público de Redenção, que recebeu a denúncia de alguns vizinhos da unidade. Os vizinhos disseram que, durante o processo de tratamento dos couros, existia o perigo de vazamento de efluentes (resíduos) para o curso d’água que passa, não só pela área da empresa, como pela das residências próximas. Por conta disso, o Ministério Público enviou ao Ibama um questionário para servir de roteiro de inspeção.
O processo de curtimento de couro envolve muitas substâncias potencialmente poluentes, como cal, água sanitária, cromo, sulfatos e nitratos. Para um trabalho mais detalhado, deve ser feita a análise laboratorial da água. “Mesmo sem o resultado da análise da água, é possível a autuação por lançamento de produtos químicos sem tratamento no ambiente”, diz Herdélio. Ele acrescenta que é visível o líquido avermelhado nas águas do local do rompimento dos diques da represa.
O processo ainda está em andamento para a verificação de outros itens como licenciamento, cadastro técnico federal, outorga de água e controle da lenha usada nas caldeiras.
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Ibama, 10/04/2008)