Dezesseis produtores venderam ontem 264 milhões de litros de biodiesel no oitavo leilão realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). O número de participantes nesse leilão foi recorde. Apenas empresas com o "Selo Combustível Social" puderam participar da oferta. O selo é dado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para empresas que compram matéria-prima para produção do combustível da agricultura familiar.
O preço médio de venda por litro foi de R$ 2,691, um deságio de 4%. Segundo o superintendente de abastecimento da Agência, Edson Silva, a estratégia da ANP de evitar uma queda acentuada no preço deu resultado. No leilão anterior, o deságio do preço-teto havia sido de 22%, o que prejudicou o setor.
Hoje, a ANP realiza o nono leilão. Empresas com e sem selo social poderão fazer ofertas. A meta é adquirir mais 66 milhões de litros de biodiesel. O preço-teto é semelhante ao de ontem -de R$ 2,804 por litro.
Mistura no diesel
Os 330 milhões de litros comprados nos dois leilões irão garantir a elevação da mistura de 2% para 3% na quantidade de biodiesel que deve ser adicionada ao diesel vendido nos postos brasileiros, aprovada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
A partir do dia 1º de julho, as distribuidoras de combustíveis terão que ampliar a mistura.
Segundo a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel), o aumento de 50% na mistura projeta um mercado de 1,3 bilhão de litros por ano.
(Agnaldo Brito, Folha de São Paulo, 11/04/2008)