Um dia após o Supremo suspender a operação para a retirada da população não-índia da Raposa/Serra do Sol, documento divulgado pelo CIR (Conselho Indígena de Roraima) insinua que os índios favoráveis à expulsão dos arrozeiros podem agir para retirá-los da área.
"Chega de sofrimento, já esperamos demais. Tivemos calma, muita paciência e confiança nas autoridades, mas agora basta. Independentemente das autoridades, podemos decidir sobre nosso futuro e tomar providências, com a união do nosso povo, na desintrusão dos invasores de nossa terra", diz o texto.
A nota "A luta continua até o último índio" afirma que "repudia a atitude do governo do Estado, que prefere sacas de arroz em detrimento da vida de 18.992 índios".
Questionado sobre a possibilidade de um confronto entre o grupo que defende a retirada e o que se recusa a deixar a Raposa/Serra do Sol, o coordenador do CIR, Dionito de Souza, disse que isso pode ocorrer. "Se a lei não funcionar, vamos ter que fazer isso [tentar retirar à força os habitantes não-índios]."
(Folha de São Paulo, 11/04/2008)