A avaliação feita pelo presidente do Sindimadeira, Serafim Gabriel Quissini, sobre os impactos das novas regras para a região é um alívio para o economista e coordenador da Assecan, Cilon Estivalet. Ele acredita que o plantio existente na Serra já está em volume significativo, alcançando o limite que deveria ser permitido antes de provocar prejuízos maiores ao ecossistema.
- Não somos contra o florestamento, mas não se pode permitir reduzir toda a paisagem da Serra a uma monocultura florestal - justifica.
Já o historiador Sebastião Fonseca de Oliveira, natural de Bom Jesus, avalia que o projeto aprovado não é restritivo o suficiente para conter o avanço das plantações de pinus e eucalipto, principalmente nos Campos de Cima da Serra.
Assim como Oliveira, Estivalet e Quissini acreditam que são as terras planas no entorno dos municípios de São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul as que apresentam maior potencial de interesse na região. As áreas chamadas de "colônia", mais montanhosas e ocupadas pela colonização italiana e alemã, praticamente não apresentam mais espaços disponíveis para grandes investimentos, uma vez que estão ocupadas com outras culturas como frutas e hortaliças.
Porém, para promover o desenvolvimento econômico nos Campos de Cima da Serra, os ambientalistas apontam algumas soluções. Oliveira defende que a pecuária é mais lucrativa tanto para os moradores quanto em retorno em impostos para o poder público. Já Estivalet aponta um meio-termo:
- O ideal é uma paisagem de mosaico, onde se tenha áreas plantadas, com produção de hortigranjeiros, por exemplo, áreas naturais protegidas para regeneração e áreas florestais. Isso é o deveria haver em áreas agrícolas harmonizadas.
(Pioneiro, 11/04/2008)