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segurança alimentar passivos dos biocombustíveis alta no preço dos alimentos
2008-04-11

A preocupação com a recente alta dos preços dos alimentos e o forte crescimento da demanda no mercado mundial foi tema de declarações de uma série de órgãos internacionais ao redor do mundo nesta quinta-feira. Um dos primeiros a levantar a discussão foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciou hoje uma viagem oficial de dois dias à Holanda.

Desde meados de 2007, os preços dos alimentos aumentaram em média 40% e o de matérias-primas básicas, como o trigo, duplicaram. Com isso, em uma série de países têm se registrado violentos protestos decorrentes da dificuldade de encontrar produtos disponíveis.

Também de manifestaram sobre o assunto o primeiro-ministro britânico, Gordon Brow, a ONU (Organização das Nações Unidas), o FMI (Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o representante da FAO (Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação) para América Latina e Caribe, José Graziano.

Após uma reunião com o primeiro-ministro holandês, Jan Peter Balkenende, Lula afirmou que os recentes aumentos nos preços dos alimentos indicam que é necessário produzir mais em nível mundial, mas que não se pode culpar o investimento nos biocombustíveis pela pressão.

Segundo ele, o aumento dos preços dos alimentos se dá pelo fato de "as pessoas pobres estarem começando a comer" em lugares como China, Índia e América Latina. "A solução é produzir mais, e não me digam que o aumento de preços é por causa dos biocombustíveis." Lula afirmou que no Brasil há produtos como leite e feijão, cujos preços sofreram mais pressões em nível doméstico, mas afirmou que esta é uma questão "fácil de resolver", já que o país tem território suficiente para produzir em maior escala.

Ainda pela manhã, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse nesta quinta-feira que "a inflação pode ter voltado" ao mundo por causa do aumento dos preços dos alimentos e da energia, mesmo com a desaceleração generalizada.

Ele atribuiu tal avanço "em parte pelo aumento dos cultivos para biocombustíveis" e recomendou eliminar as barreiras que limitam um desenvolvimento do fornecimento de alimentos. Strauss-Kahn disse que em alguns países africanos o aumento dos preços alimentícios representará uma piora de 1% de sua conta corrente, um impacto que considerou "gigante".

Já o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu hoje uma ação internacional "imediata" para enfrentar a situação de emergência em países em desenvolvimento por causa do aumento do preço dos alimentos.

"Em primeiro lugar para a crise imediata, a comunidade internacional deve cobrir pelo menos o vácuo de US$ 500 milhões no programa alimentar das Nações Unidas para satisfazer as necessidades de emergência", disse Zoellick em entrevista coletiva. Segundo ele, o efeito da atual crise alimentícia na redução da pobreza em nível mundial equivale a sete anos perdidos.
A escalada nos preços dos alimentos básicos provocou protestos, em alguns casos violentos, em países como o Paquistão, o México, o Egito e o Haiti. Na nação caribenha morreram pelo menos cinco pessoas por causa das revoltas.

Sobre isso, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, enviou uma mensagem a seu colega japonês, Yasuo Fukuda, para pedir que durante a próxima cúpula dos oito países mais industrializados (o chamado G8), que ocorrerá em julho, o impacto dos biocombustíveis no preço dos alimentos seja examinado.

"O aumento do preço dos alimentos ameaça anular os avanços em matéria de desenvolvimento obtidos nos últimos anos. Pela primeira vez em décadas, o número de pessoas que sofrem com a fome aumenta", alertou Brown na carta.

No âmbito da ONU (Organização das Nações Unidas), Gregory Barrow, porta-voz do WFP (Programa Mundial de Alimentos da entidade, na sigla em inglês), disse que "continuaremos a ver este tipo de incidentes, especialmente em centros urbanos, onde a população se vê impossibilitada de comprar a comida que costumava adquirir". "Existe uma possibilidade muito real de instabilidade social e essa é uma ameaça que o mundo deve encarar com seriedade."

Em entrevista à BBC Brasil, Abdul Abbassian, secretário para grãos do FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), disse esperar que "que os preços dos alimentos comecem a se normalizar em 2009". "Temos visto que fazendeiros de vários países estão plantando o que dá mais dinheiro, justamente os itens que estão faltando. Calculamos que isso resulte em uma produção suficiente dentro de uma ou duas temporadas." Já no Brasil, o representante da FAO para América Latina e Caribe, José Graziano, disse que a crise mundial de alimentos é fruto de um ataque especulativo.

Durante apresentação da 30ª Conferência Regional da FAO, em Brasília, Graziano alertou que as causas dos problemas recentes de desabastecimento e alta dos preços são decorrentes do crescimento da demanda mundial por alimentos sem crescimento similar da oferta, os menores estoques de produtos agrícolas dos últimos 30 anos e a desvalorização da moeda norte-americana. Segundo Graziano, porém, a crise "vai durar". "Vencido o ataques especulativo, é preciso fazer a reposição dos estoques", afirmou ele.

(Folha Online, 10/04/2008)


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