O governo federal deverá concluir até o fim de abril um pacote de medidas para socorrer os municípios campeões em desmatamento da Amazônia. O pacote está sendo costurado pelo ministério do Meio Ambiente, mas envolve órgãos econômicos e de pesquisa colocados na mesma mesa pela primeira vez - Embrapa, Ipea Incra e Serviço Florestal Brasileiro.
A medida visa ações emergenciais e de longo prazo. O objetivo é encontrar a resposta para a pergunta que hoje vale tanto quanto as ações de combate ao desmatamento: qual a alternativa econômica para quem sempre viveu da derrubada ilegal da Amazônia?
A ajuda terá cunho social. O pacote está sendo estruturado para atender aos municípios que terão os impactos econômicos mais fortes na medida em que o governo fecha o cerco contra os desmatadores. "O foco maior é sobre os 36 municípios [da lista dos maiores desmatadores da floresta], mas não serão só eles", diz André Lima, responsável pela Amazônia no Ministério do Meio Ambiente. "Será também para quem não está na lista, mas que sofrerá um impacto forte com as medidas de controle".
Caso da paraense Tailândia, que não está na lista, mas chamou a atenção do país depois que mais de duas centenas de homens da Força Nacional e Polícia Federal foram enviados em fevereiro passado para desbaratar madeireiras e carvoeiras. O município, de cerca de 60 mil habitantes, tem na ilegalidade sua principal fonte de receita - 70%.
Segundo Lima, uma reunião na próxima quinta-feira colocará os últimos pontos na proposta. Ele não quis detalhar o que está sendo estudado, mas citou a instalação de novos postos da Previdência para atender desempregados e uma linha de recursos da Defesa Civil.
(Valor Online,
FGV, 10/04/2008)