Evento será realizado entre 14 e 18 de abril
As doenças em animais exportados para outros países, que constituem a maior ameaça à produção pecuária em nível mundial, é um dos temas que será discutido na 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O evento será realizado em Brasília entre 14 e 18 de abril.
Em entrevista, o diretor-regional da entidade, o brasileiro José Graziano da Silva, disse hoje que "a luta contra estes tipos de doenças é um desafio que devemos enfrentar em conjunto, já que, por sua natureza, elas não respeitam fronteiras nacionais". Para ele, é tarefa de toda a região eliminar e controlar estes males, que podem ter grandes impactos econômicos e sociais. Graziano da Silva lembrou que a América Latina e o Caribe são os maiores produtores mundial de carne de boi e de ave e de ovos, e o terceiro maior produtor mundial de carne de porco.
O brasileiro afirmou que esta situação faz com que a pecuária seja uma atividade de grande relevância na região, cuja produção representa em torno de 13% da produção pecuária mundial, e com uma taxa de crescimento anual de 4,5%.
— Por esta razão, a prevenção, o controle e a erradicação das doenças dos animais são um dos temas prioritários que serão debatidos durante a 30ª Conferência Regional da FAO em Brasília — ressaltou.
Segundo um relatório da FAO, nos últimos dois anos a produção de carne na América Latina cresceu a uma taxa muito superior à média de crescimento mundial de 2,1%, e espera-se que esta tendência se mantenha no próximo biênio. Além disso, o documento acrescenta que o setor de produção mais importante continua sendo a carne bovina, que representa 40% do total da produção pecuária regional, seguido pelo forte dinamismo da criação de ave.
Este aumento foi acompanhado por um maior acesso dos produtos pecuários da América Latina ao mercado global, situação liderada pela América do Sul, que conta com uma indústria voltada à exportação, onde os envios de carne de Brasil, Argentina, Colômbia e Uruguai, em 2005, alcançaram 246.809.000 toneladas.
— Mas também se intensificaram as exigências dos mercados internacionais em termos sanitários e da qualidade dos produtos pecuários, o que torna indispensável e urgente fortalecer os sistemas nacionais de saúde animal — indicou Graziano da Silva.
(A Notícia, 09/04/2008)