A Usina de Angra 1, em Angra dos Reis (RJ), recebeu ontem o segundo gerador de vapor (GV), de 343 toneladas, equipamento responsável pela produção do vapor saturado seco para movimentar as turbinas geradoras de energia. A substituição dessas duas peças foi uma decisão tomada pela Eletronuclear, depois da identificação da predisposição para desgaste da liga metálica utilizada nos tubos dos equipamentos, o que exigia freqüentes testes de sua integridade.
Segundo a Eletronuclear, os dois GVs foram fabricados pela Nuclep, em Itaguaí (RJ), e estavam viajando desde o dia 1º de abril por terra e por mar. Uma carreta especial com 12 eixos e 12 rodas em cada eixo foi utilizada para os quatro quilômetros de transporte terrestre, da fábrica ao Terminal Marítimo da Nuclep, onde se encontrava uma balsa de 50 metros de comprimento por 16 metros de largura, que seguiu até a Central Nuclear.
O mesmo problema também foi encontrado em outras usinas nucleares no mundo. Oitenta e cinco delas já realizaram substituições semelhantes e, até 2011, outras 20 usinas, farão a troca destes equipamentos, segundo a Eletronuclear.
O investimento total foi de R$ 569 milhões, englobando aquisição, análise de segurança, licenciamento, substituição e armazenamento.
A instalação dos novos equipamentos levará cerca de quatro meses de trabalho ininterrupto. Com a usina desligada, será feita uma abertura provisória na parede do edifício do reator, por onde sairão os antigos GVs e entrarão os novos. Dispositivos especiais serão utilizados para o içamento e transporte destes equipamentos. Os antigos GVs serão armazenados, de maneira segura, no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor, no próprio sítio da Central Nuclear, em Angra dos Reis.
Em preparação para a substituição dos dois GVs, Angra 1 está realizando uma parada programada, tendo sido desligada do Sistema Elétrico Brasileiro no dia 16 de fevereiro, com previsão de retorno à operação na quarta-feira da semana que vem (dia 16 de abril). Neste período, os técnicos das Eletronuclear estão realizando a instalação de estruturas temporárias, além de medições, marcações, verificações nos equipamentos e, adicionalmente, a inspeção dos GVs em operação.
(Kelly Lima, Agência Estado, 09/04/2008)