A Comissão Europeia e o Banco Mundial estão a tentar criar um sistema que permita ajudar os países pobres a financiar a luta contra as alterações climáticas usando o dinheiro gerado pelo mercado do carbono na Europa. Em comunicado publicado hoje, a Comissão insiste no facto de que “o mundo vive num paradoxo onde os países mais pobres e vulneráveis não são responsáveis pelos efeitos devastadores das alterações climáticas, mas são os mais afectados”.
“A comunidade internacional tem responsabilidades especiais para ajudar estes países a comprometer-se com um crescimento mais económico em termos de gases com efeito de estufa e a adaptar-se às alterações do clima”, escreve Bruxelas.
Mas a Comissão está convencida que “o financiamento de políticas climáticas nos países parceiros não se pode fazer unicamente com a ajuda pública ao desenvolvimento”. Tanto mais que os Estados membros diminuíram a sua ajuda pública ao desenvolvimento de 0,41 por cento do PIB (produto interno bruto) em 2006 para 0,38 no ano passado.
Por isso, Bruxelas está a estudar, juntamente com o Banco Mundial, a ideia de um empréstimo mundial que poderá utilizar recursos ligados ao futuro mercado do carbono, pela venda em leilão das licenças de emissão.
Actualmente, existe na Europa um sistema que permite às empresas trocar as licenças de emissão de dióxido de carbono. Estas licenças deixarão de ser gratuitas em 2013 para encorajar as empresas a reduzir as suas emissões. O que deverá gerar recursos estimados em 40 mil milhões de euros por ano. O Banco Mundial considera que a criação deste “empréstimo verde” é possível, comentou Haleh Bridi, responsável do Banco Mundial em Bruxelas.
(AFP, Ecosfera, 09/04/2008)