A Polícia Federal informou hoje que vai permanecer em Roraima com o efetivo de 500 pessoas enviado para executar a Operação Upatakon 3, mesmo com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu a operação.
A Polícia Federal disse que cumprirá e respeitará a decisão judicial, mas aguardará o julgamento do mérito para decidir qualquer alteração no planejamento da operação.
O efetivo da operação começou a chegar a Roraima na semana retrasada, para cumprir a decisão do governo federal de retirar do interior da Raposa/ Serra do Sol cinco arrozeiros e 53 famílias de produtores rurais --os chamados "não-índios" que habitam o interior da terra indígena.
Estão em Boa Vista 300 agentes da Polícia Federal e cem integrantes da Força Nacional de Segurança, além de funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da ANA (Agência Nacional de Água) e do Comitê Gestor da Presidência da República.
Hoje, minutos antes da divulgação da decisão do STF, o coordenador da Operação Upatakon 3, delegado Fernando Segóvia, afirmou à reportagem que a próxima segunda-feira seria o "dia D" para os arrozeiros declararem, em acordo prévio, se deixariam a terra indígena pacificamente.
"Só tem duas alternativas: ou saem pacificamente ou não saem, é uma decisão deles", disse ele antes da decisão do STF. Mais tarde, Segóvia não comentou a decisão do Supremo.
(Kátia Brasil, Folha Online, 09/04/2008)