Duas crianças estão entre as possíveis vítimas da doença e aguardam os exames
Novo Hamburgo - Duas crianças, uma com sete e outra com dez anos estão entre as três pessoas com suspeita de dengue em Novo Hamburgo que aguardam o resultado do exame de sorologia para detecção de anticorpos contra a dopença do Laboratório Central do Estado (Lacen). Segundo a coordenadora da Vigilância em Saúde do município, Solange Shama, elas fazem parte do contigente de 17 possíveis casos registrados na cidade, desde o início do ano, em unidades de saúde pública e particular com os sintomas. Em oito delas o contágio já foi descartado. Quatro não compareceram para realizar os testes, três estão aguardando os resultados e duas devem realizar os exames esta semana.
Os suspeitos de ter a doença são moradores dos bairros Petrópolis, Rondônia, Canudos, Boa Saúde, Jardim Mauá, Vila Rosa, Kephas, Centro, São Jorge e Santo Afonso. Desses locais, a Vigilância em Saúde já realizou ações nas residências em nove quarteirões da casa do suspeito de ter a doença nos bairros Vila Rosa, Petrópolis, Boa Saúde e Santo Afonso. “A meta é visitar todas as residências do Município’’, destaca Shama, lembrando que até agosto terá o convênio com os estudantes do Centro Universitário Feevale, que estão participando das orientações educativas aos moradores.
Ontem, os agentes estiveram no bairro Santo Afonso, onde ainda não há data para finalizar as visitas. Os agentes em saúde Fernando Ferreira e Jardel Luciano da Rosa voltaram à residência da dona de casa Hildes Luçani, 47 anos, para orientá-la novamente a guardar os pneus em local protegido da chuva. “Eu tirei um pneu e depois esqueci de retirar os outros’’, comentou Hildes, informando que são guardados para o automóvel do marido. “Se chove, a água fica parada nos pneus e é um local favorável ao mosquito da dengue’’, diz.
Tão logo finalizem as visitas no bairro Santo Afonso, onde foram encontradas duas larvas do mosquito Aedes aegypti este ano, as equipes de agentes em saúde irão para Boa Saúde, Petrópolis e Primavera, Rincão, Kephas. “Queremos realizar as visitas primeiramente nos bairros de difícil acesso, naqueles em que há muitas ruas sem asfalto, porque quando começa o frio há muitas chuvas o que acaba dificultando a ação dos agentes’’, destaca Solange.
Crianças fazem passeata no bairro Rondônia
Os alunos da Escola de Educação Infantil Mundo Encantado realizaram, ontem à tarde, uma caminhada de conscientização contra o mosquito transmissor da dengue Aedes aegipty, no bairro Rondônia. Cerca de 40 crianças de dois a oito anos mobilizaram a comunidade para o combate ao mosquito causador da doença.
Conforme a diretora da escola, Sabrina Cristiane Weldner, a idéia da passeata por algumas ruas do bairro surgiu de um projeto sobre saúde e higiene realizado pelos professores da instituição. “Escolhemos marcar o Dia Mundial da Saúde com essa cruzada contra a dengue, pois já teve uma suspeita no bairro”, ressalta. Sabrina explica que as próprias crianças levaram o tema para dentro da sala de aula. “Eles chegavam na escola falando sobre a dengue. Então resolvemos aproveitar a motivação deles para colaborar com a caçada ao mosquito”, salienta.
As crianças, segundo a professora, estão cientes dos males que a dengue pode causar. Para Estéfanie Mendonça Figueiró, 7 anos, a ameaça da doença provoca medo. “Eu tenho medo da dengue, porque ela mata. E eu quero ensinar as pessoas para não ter mais mortes”, revela a menina. Paula Caroline Paulo da Silva, 8 anos, concorda com a amiga. “A sensação é que estou ajudando as pessoas”, sintetiza. Ambas sabem na ponta da língua como conter a proliferação da doença. “A gente não pode deixar água parada em lugar nenhum e temos que tampar bem a caixa d’água”, resumem.
Mesmo a dificuldade de organizar as crianças no início da passeata não desmotivou as organizadoras. Entre um chamado de atenção com o aluno distraído com o movimento da rua e a paciência redobrada com os menores, a mensagem foi passada: todos contra a dengue. Quem prestigiou o trabalho da escola gostou do resultado. Segundo Vera Lúcia Cavalheiro Prieb, 57 anos, é importante este tipo de conscientização. “Mas é triste as crianças terem que educar os adultos”, confessa. Vera Lúcia relata que combate a dengue em casa. “Limpo meu pátio todo o dia e cuido para que não acumule água parada’, reforça.
Palestras conscientizam alunos
Um importante trabalho de conscientização promovido pelo Departamento de Vigilância Sanitária, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura leva aos alunos da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo os cuidados que se deve ter para evitar a dengue. Os agentes da Vigilância vão até as escolas e levam o conhecimento aos estudantes. Na última sexta-feira, os alunos da primeira e segunda série da Escola Santa Catarina (prédio anexo) tiveram a oportunidade de saber mais
sobre os males causados pelo mosquito Aedes aegypti.
Os pequenos mostraram conhecimento e respondiam as perguntas da equipe de agentes sobre os cuidados que se deve ter em casa como forma de evitar a dengue. Sempre atentos, eles assistiram a um vídeo que mostrou os modos de proliferação dos insetos. Larvas de mosquitos armazenadas em um vidro também foram mostradas aos alunos. No final da palestra eles receberam um livro ilustrado com atividades pedagógicas.
(Jornal NH, 08/04/2008)